Fazer uma reforma em casa tem virado um desafio para muitos campo-grandenses. Hoje em dia, além do alto custo de uma obra, a mão de obra está escassa, já que grande parte dos trabalhadores, como pedreiros, encanadores e eletricistas, estão saindo do serviço autônomo e migrando para as construtoras.

A dona de casa Maria Garcia Ribeiro, de 52 anos, estava sonhando com uma pequena reforma na área de de sua casa. Com a intenção de reunir os parentes no Natal, ela explica que foi tão difícil conseguir um pedreiro que até desistiu.

“Pensei em concluir a pequena reforma até o começo do mês de dezembro, mas foi muito difícil conseguir um pedreiro. Dois até vieram fazer um orçamento, mas não apareceram mais. Demorou tanto que até desisti, vou deixar para o ano que vem”, destacou.

Estabilidade

O Presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil), José Abelha, confirma que muitos profissionais estão saindo do serviço autônomo e migrando para as construtoras.

Abelha destaca que grande parte dos trabalhadores da construção já deixou de trabalhar de forma autônoma. Buscando carteira assinada e estabilidade de emprego, os profissionais estão optando por construtoras.

“Temos um percentual de apenas 20% de trabalhadores autônomos, o restante já são profissionais com carteira assinada. O registro é bom, pois oferece uma segurança ao funcionário”, disse Abelha.

O empresário Wesley Fernandes, de 45 anos, tentou fazer uma calçada em sua residência, mas ainda não conseguiu concluir a obra pelo fato do pedreiro simplesmente ter ‘sumido do mapa'.

“Perguntei para alguns conhecidos que me indicaram alguns profissionais, mas não deu certo, a maioria já estava trabalhando em algum lugar. Ainda bem que minha obra não é grande e agora um primo que vai terminá-la pra mim durante os dias de folga”, disse.

Como não entrar em ciladas

  • Quando contratar um prestador de serviço autônomo — pelo fato dele não ter um local físico — é muito importante o cliente pegar o nome completo, o documento de identidade e endereço.
  • Se já levou o golpe, o cliente pode negociar diretamente com o prestador de serviço. Se não resolver, pode procurar o juizado especial civil levando contrato, documentos e fotos.
  • Para evitar ‘dor de cabeça' mesmo que o cliente seja simples, é muito importante fazer contratos com o prestador de serviço.
  • Antes de iniciar a obra, busque referências com antigos clientes.
  • Nunca pague tudo adiantado.
  • Combine o valor por etapas e estipule prazos.