Para quem vive a dificuldade na pele, ainda falta muito para Campo Grande se tornar acessível
Rampas íngremes e banheiros adaptados sem seguir as normas são alguns dos problemas
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Os anos se passam e o tema ainda precisa ser discutido. Apesar de esforços para tornar a acessibilidade cada vez mais presente, Campo Grande ainda precisa avançar muito para se tornar acessível, principalmente na visão daqueles que passam as dificuldades para realizar atividades simples do dia a dia.
Subir um degrau para entrar em uma loja sem dificuldade é descomplicado para alguns, mas pode ser um empecilho para outros. “Acessibilidade não atrapalha a vida de ninguém. Agora a falta dela impede a gente de ir e vir”, disse a presidente da Associação de Mulheres com Deficiência de Campo Grande, Mirella Tosta, que é cadeirante.
Para Mirella, apesar do interesse do poder público em tornar a cidade mais acessível, ainda é preciso muito para chegar ao ideal, já que locais com acessibilidade são minoria. “Por exemplo, lá na 14 [de Julho] a maioria dos comércios não tem acessibilidade, então não é só o poder público que tem essa responsabilidade, os cidadãos também têm essa responsabilidade. É lei”, explicou ela ao Jornal Midiamax.
E casos em que o direito de ir e vir é impedido pela falta de uma rampa, por exemplo, acontecem muito. “Até ir no mercado às vezes é difícil. Já tive que esperar na porta e não poder entrar e comprar eu mesmo um produto no mercado, numa loja”, disse o estudante Marcelo Carneiro, de 28 anos.
Nesta sexta-feira (3), o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência serve para lembrar que ainda há o que ser feito para incluir 100% dos PcDs na sociedade e dar a autonomia que surdos, cegos, mudos e deficientes físicos necessitam.
‘Acessibilidade não acessível’
Na avaliação de Tosta, falta o comprometimento e a conscientização na população. “O que eu vejo por aí é uma acessibilidade meia-boca. Eles jogam um pouco de cimento, fazem uma rampa mais ou menos e enche de coisa na entrada. A gente tem que ter liberdade de circular dentro da loja, dentro do comércio, coisa que não tem”, relatou ela à reportagem.
Para Marcelo, o que mais se encontra na cidade são as rampas íngremes demais. “Você não consegue subir sozinho, a ideia é que a gente consiga ter autonomia, mas acaba que não fica acessível. E haja força”, contou ele. “Dependendo do ângulo, à vezes a rampa fica muito alta e forte para subir ou para descer. Fica até perigosa. Tem rampa por aí que é uma aberração”, criticou a representante.
Outro ponto colocado por Mirella é a questão dos sanitários, lugar onde o deficiente precisa ter total autonomia. “Até hoje eu nunca vi um banheiro que diz que é adaptado para pessoas com deficiência que é realmente acessível. Sempre falta alguma coisa. Ou a pia é muito alta, ou não tem espelho baixo”, pontuou.
Mas como se tornar acessível?
A acessibilidade deve estar de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR 9050, de 2015. O documento traz os parâmetros de mobilidade que construções devem ter para se tornarem acessíveis para qualquer pessoa.
Alguns pontos devem ser observados, como a construção de rampas, instalação de corrimãos, piso tátil, barras de segurança nos banheiros, espaçamentos, entre outros.
Para se tornar acessível, o local deve proporcionar maior conforto e autonomia para os frequentadores. Esse é o modo mais simples de assegurar maior qualidade de vida, mesmo diante de limitações. As normas da ABNT podem ser conferidas clicando aqui.
Notícias mais lidas agora
- Chuva chega forte e alaga ruas da região norte de Campo Grande
- Há 13 anos, casa no bairro Santo Antônio é decorada por Elizabeth com enfeites únicos de Natal
- Pais são presos após bebê de 2 meses ser queimado com cigarro e agredido em MS
- VÍDEO: Moradores denunciam mulher por racismo e homofobia em condomínio: ‘viadinho’
Últimas Notícias
Previsão indica chuvas e ventos em MS nesta sexta-feira
Monitoramento informa chance de chuva acompanhada com queda de granizo
Depois de ingerir ‘kit de vodca com energético’ e empinar moto, rapaz cai e acaba preso
Acusado estava embriagado e utilizou uma faca
[ BASTIDORES ] Gripe quase impediu leitura de ‘lista centenária’
Férias estão entre os assuntos quentes dos parlamentares
Milei pode ser ameaça a direitos trabalhistas em acordos do Mercosul
O peso da China O PT quer impor regras de respeito aos direitos trabalhistas, direitos humanos e sindicais via Conselho do Mercosul. O Brasil aguarda, preocupado, a proposta de agenda da Argentina para o bloco, que presidirá o Conselho no 1º semestre de 2025. O presidente Javier Milei não nutre nenhuma simpatia pelo Mercosul e…
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.