Após denúncias de superbactéria, Ministério da Saúde vai atuar em hospitais de MS

Instituições de três cidades de MS foram selecionadas pela Pasta

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Em Mato Grosso do Sul, quatro hospitais foram selecionados pelo Ministério da Saúde para participar de um projeto que visa a diminuição de infecção hospitalar em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Instituições de três cidades de MS irão participar do programa que tem 24 meses de duração. Desde 2003, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) enfrenta denúncias da presença de uma superbactéria. Neste ano, durante a pandemia, a mesma pode ter contribuído para o aumento das mortes de pacientes com coronavírus (Covid-19) em hospitais de Campo Grande, segundo o MPMS. 

A lista de hospitais selecionados foi publicada pela Pasta nesta terça-feira (17). Assim, participam do projeto: o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, localizado em Campo Grande; Hospital Evangélico Dr. e Sra. Goldsby King e Hospital da Vida, os dois em Dourados; e por fim o Hospital Regional Dr. José de Simone Netto.

Com o ‘Projeto Saúde em Nossas Mãos’, o Ministério espera reduzir pelo menos 30% das infecções hospitalares em UTIs. “O projeto considera a realidade e a necessidade de cada unidade hospitalar, por meio de planos de ação pré-estabelecidos”, afirma a Pasta.

Em todo o Brasil são 204 instituições selecionadas, sendo que 391 hospitais tentaram participar.

Investigações em MS

A presença de uma superbactéria nos hospitais de Campo Grande, durante a pandemia, pode ter contribuído para o aumento das mortes de pacientes com coronavírus (Covid-19). Ao menos é o que investiga a 76ª Promotoria de Justiça e Saúde Pública da comarca. As informações são de que a bactéria extremamente resistente ficou fora de controle, principalmente pela escassez de antibióticos nas unidades.

Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), 3.849 pessoas morreram em razão da Covid-19. Neste sentido, o objetivo da promotora de Justiça, Daniela Cristina Guiotti, é investigar a segurança dos pacientes por meio do funcionamento efetivo das CCIH (Comissões de Controle de Infecção Hospitalar). Ela também busca constatar a eficácia das medidas de prevenção de infecções por organismos multirresistentes nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) Covid dos hospitais públicos, privados e conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde).

O inquérito civil foi instaurado a partir de uma notícia de fato, relatando que pacientes teriam piorado após serem contaminados, tanto no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, quanto no Hospital El Kadri. “Há descontrole no processo de controle da infecção hospitalar, sendo que muitos pacientes podem estar entrando para receber cuidados para tratar e se recuperar de uma patologia, porém, pelas falhas no processo podem estar contraindo doenças e indo a óbito por doença hospitalar, no caso de infecções hospitalares, para as quais o hospital não dispõe de antibióticos”, lê-se na denúncia.