Com expectativa de ser lançado em outubro, quando acabam os pagamentos do auxílio emergencial, o Novo Bolsa Família deve começar sem o reajuste de até 50% no benefício prometido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Isso porque o enviou esta semana a proposta do Orçamento da União de 2022 sem incluir a verba necessária para aplicar o aumento aos inscritos no programa, que poderá contar, ainda, com acréscimo de cerca de 2 milhões novos assistidos.

A ideia do governo é mudar o nome para Auxílio Brasil, como manobra eleitoreira para vincular o programa de assistência social ao atual governo. Junto, vinha a promessa de pagar de R$ 300 a R$ 400 mensais por família, com bônus, apesar de a sugestão do presidente nunca ser bem vista pela equipe econômica do governo.

Em justificativa sobre a abordagem do Orçamento de 2022, o Governo Federal alegou que não há margem no teto de gastos para elevar a oferta do Bolsa Família. Portanto, a previsão de verba para financiar o programa no ano que vem continua a mesma de 2021, ou seja, R$ 34,7 milhões.

Dessa forma, não há mais garantias de que as promessas do Executivo sejam cumpridas.

Este montante será capaz de amparar 14,7 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade social, mesma quantidade contemplada hoje. No entanto, não é possível garantir se o mesmo público apto ao programa atualmente terá direito a ser incluído na nova rodada.

Auxílio Brasil

Além dos novos valores, o governo federal pretende incluir 3 milhões de novos beneficiários no novo Bolsa Família. Dessa forma, o Auxílio Brasil deve contemplar cerca de 16,9 milhões de pessoas, enquanto que o antecessor abrange 13,9 milhões de brasileiros.

A mudança é um desejo antigo do presidente, que visa desvincular completamente o programa do PT. Também remete ao auxílio emergencial, principal mote eleitoral de seu mandato.

A medida visa continuar prestando assistência aos ‘órfãos' do Auxílio Emergencial. Então, a expectativa do governo é de que as mudanças sejam colocadas em prática em novembro, quando encerram os pagamentos do Auxílio Emergencial. 

Ainda segundo expectativa, o governo pretende vincular o pagamento de um “bônus” aos beneficiários do programa às receitas decorrentes das privatizações de estatais e outros ativos do Executivo.