Caso seja aprovada pelo Ministério da Saúde, a aplicação da 3ª dose da em idosos deve se tornar prioridade na campanha de imunização contra o coronavírus em Mato Grosso do Sul. A SES (Secretaria de Estado de Saúde) realizou um estudo sobre o aumento de mortes em idosos e tem defendido a dose de reforço neste público. Como o Estado iniciou a vacinação dos adolescentes no último fim de semana, a Saúde de MS entende que os idosos devem ser priorizados. Os adolescentes, que atualmente são vacinados com a , poderão ser imunizados com Coronavac.

Em entrevista nesta terça-feira (17), o secretário estadual de saúde, , defendeu que a aplicação da 3ª dose nos idosos é mais importante no momento. “É muito mais importante, baseado na opinião de especialistas, a gente fazer a terceira dose do que fazer a vacinação em crianças e adolescentes que, de fato, têm uma capacidade maior de enfrentamento da doença. É melhor preservar a vida dos nossos idosos e que possamos fazer no futuro, completar a vacinação de adolescentes e avançar nas crianças de até três anos de idade”. 

Como a vacinação dos adolescentes já foi iniciada, o titular da SES defendeu a prioridade das doses de Pfizer e Astrazeneca para reforçar a imunização nos idosos. Atualmente, doses da vacina da Pfizer têm sido endereçadas para imunizar os adolescentes de 12 a 17 anos. 

“Esse é o caminho, verificar as doses que tenham possibilidade de imunizar melhor os adolescentes, me parece que é a Coronavac, e dirigir vacinas da Pfizer e Astrazeneca para idosos”, comentou.

Resende afirma que o objetivo é começar a vacinação nos idosos acima de 90 anos e com comorbidades. Depois, a campanha poderá avançar até contemplar todos os idosos acima de 60 anos com a 3ª dose. 

Mas, afinal, por que voltar a vacinar os idosos? 

Um levantamento da SES apontou que as mortes por coronavírus voltaram a aumentar entre os idosos em Mato Grosso do Sul. As mortes acontecem mesmo em idosos com o ciclo vacinal completo e, segundo o levantamento, a idade é um fator de risco independente para o agravamento da Covid-19, onde o sistema imunológico responde menos à produção de anticorpos. 

O secretário Geraldo Resende afirma que há uma queda na imunidade adquirida pelos idosos ao longo do tempo. “[Temos] especialistas apontando para a dose de reforço, estamos advogando que possa acontecer em Mato Grosso do Sul. Ao contrário de outros estados que estão em 28, 30 anos, terminamos nossa tarefa aqui. Não podemos ser penalizados pela nossa eficiência”, comentou. O secretário defendeu que o Estado deve continuar recebendo doses de vacina com a mesma frequência.

MS pode vacinar idosos e adolescentes simultaneamente, diz especialista

Apesar da 3ª dose nos idosos ser considerada prioridade pela SES, o infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Croda, explica que Mato Grosso do Sul tem condições de imunizar os dois públicos. Croda reforça que a dose de reforço nos idosos é importante e deve ser adotada no Estado. 

O infectologista comentou que cidades como Campo Grande, por exemplo, já vacinam adolescentes de 15 anos. Por isso, acredita ser possível avançar com a imunização de jovens e idosos. “Já estamos em 15 anos, então acho que será possível avançar com as duas estratégias ao mesmo tempo”.