Médicos emitem nota de repúdio contra movimento contra decreto para frear avanço da covid
O Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) emitiu nota de repúdio contra manifestação programada para às 14h desta sexta-feira (12) em frente à prefeitura de Campo Grande. O protesto é contra a adoção de medidas para frear o avanço da covid no Estado, como ampliação do toque de recolher e restrição do […]
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O Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) emitiu nota de repúdio contra manifestação programada para às 14h desta sexta-feira (12) em frente à prefeitura de Campo Grande. O protesto é contra a adoção de medidas para frear o avanço da covid no Estado, como ampliação do toque de recolher e restrição do funcionamento de atividades não essenciais aos fins de semana.
“Precisamos pensar em formas de evitar que mais pessoas sejam contaminadas pelo vírus, estamos, tanto a classe médica quanto o próprio governo, orientando dia a dia a necessidade de distanciamento social. O toque de recolher é uma das formas de conter as aglomerações e de reduzir a circulação do vírus”, declarou o presidente do SinmedMs, Marcelo Santana.
Ele acredita que o movimento orquestrado para tentar impedir que o município siga as orientações ditadas pelo Governo Estadual não contribui em nada para as medidas que visam defender a saúde da população. “Todos sabemos da necessidade do trabalho em nossas vidas e que precisamos ter saúde para podermos realizar as nossas atividades profissionais, por isso é salutar que busquemos o diálogo de forma consciente e ponderada”, disse.
O infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Julio Croda, avaliou que a manifestação é um “crime contra a saúde”.
Em postagem em seu perfil no Facebook, o especialista criticou a postura dos manifestantes, que sequer informaram quem seria o organizador. “Repetiremos Manaus com o mesmo roteiro. As mortes por COVID-19 serão normalizadas. A culpa não é do gestor que não abriu leitos infinitos de UTI. A culpa é da sociedade que sabe que não tem leitos nem no setor privado e continua negando a gravidade da situação”, exclama o especialista.
O aviso conclamando a população a participar do movimento “Trabalho essencial é aquele que coloca pão na mesa de cada um” não informa quem está organizando. Limita-se a marcar que às 14h, as pessoas compareçam à frente da Prefeitura de Campo Grande para protestar contra um decreto estadual, publicado na quarta-feira (10) pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Decreto
Diante do avanço do coronavírus nas últimas semanas e da taxa de ocupação de leitos que chega a 100% em regiões do Estado, o Governo de Mato Grosso do Sul publicou decreto com novas medidas restritivas. O documento determina que o toque de recolher fica mais rígido e começa a partir das 20 horas em MS. Aos fins de semana, serviços não-essenciais, como o comércio e shoppings, só podem funcionar até as 16 horas. Todas medidas começam a valer no próximo domingo, dia 14 de março.
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