Mãe de três autistas, Ângela ainda espera encontrar filho desaparecido em MS

Josué Leandro, de 20 anos, fugiu de casa há mais de um mês e irmãos perguntam por ele todos os dias

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Apesar da voz embargada e quase sem força, Ângela Maria Ribeiro Ruiz ainda tece fios de esperança em seu coração de mãe pela volta de Josué Leandro, de 20 anos, que está desaparecido há mais de quarenta dias. Ele é o mais velho dos três filhos autistas da moradora de Dourados, que faz um apelo desesperado por informações sobre o seu paradeiro.

“Todos esses dias sem nenhuma notícia aumenta ainda mais o sofrimento da nossa família. Estou com meu coração apertado. Meu medo é alguém querer fazer mal pra ele. Seus irmãos, que também são autistas, perguntam por ele todos os dias”, chora a mãe de Josué, que segue sem poder dar respostas aos outros filhos.

Aos 50 anos, Ângela ocupa todo o tempo cuidando de Marcos, filho do meio, de 15 anos, e do caçula Willians Mateus, de 9. “São meninos especiais em todos os sentidos. São eles que me ensinam o valor da vida, mesmo diante das dificuldades. Neles eu encontro força para continuar acreditando que Josué ainda vive”, conta a mãe.

Ângela contou à reportagem do Midiamax que, mesmo que queira, não consegue ficar um só minuto sem pensar no filho e nas dificuldades que ele pode estar passando. “Eu fico me culpando por não ter conseguido evitar o desaparecimento de Josué. Ele é um rapaz do bem, que nunca se envolveu com coisa errada. Aconteceu tudo muito de repente”, diz a mãe angustiada.

A última informação que Ângela recebeu é que o filho poderia estar em Campo Grande, mas tudo não passou de uma especulação. “Já acionamos a polícia aqui de Dourados e até o momento nenhuma pista foi descoberta. Apesar da dor indescritível que sinto em meu coração, ainda sonho com o dia em que ele possa entrar pela porta e me dar um beijo”, relata Ângela.

Apesar da mãe de Josué contar que ele está desaparecido desde o dia 17 de outubro, a reportagem do Midiamax apurou que ela só registrou o Boletim de Ocorrência no dia 1º de novembro, movida por pedidos de amigos que achavam que ela deveria procurar ajuda da polícia.

“Relutei muito para ir à polícia acreditando que a qualquer momento ele poderia voltar, mas isso acabou não acontecendo. Confesso que fiquei perdida, sem saber o que fazer. Só depois que consegui me recuperar do choque é que resolvi pedir a ajuda das autoridades para ver se encontram meu filho”, justificou a mãe do rapaz.

“Josué tem grau de autismo severo e toma remédio controlado”, reforça Ângela. Quem tiver alguma informação pode entrar em contato com as autoridades policiais.

 

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