Há pouco mais de um ano, o HRMS ( Regional de Mato Grosso do Sul) se tornou a unidade referência em tratamento de pacientes com Covid-19. Nesse tempo, o hospital já enfrentou falta de leitos, medicamentos necessários para intubação, pedidos de doação de água mineral e até perda de profissionais que atuavam na linha de frente. Para mostrar a situação, a “Imagem do Dia” retrata o cenário da pandemia dentro dos setores.

Para aqueles que não ficaram internados ou tiveram familiares acamados em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com respiradores, a visão da pandemia e batalha em hospitais parece uma realidade distante, pode ainda não chocar, mesmo há meses com o assunto em alerta.

Nos bastidores e além das paredes do hospital, profissionais da saúde se desdobram para tentar salvar vida. Em uma das imagens compartilhada pelo hospital, em março desde ano, duas enfermeiras atendem um homem na área vermelha, necessitando de aparelhos para respirar, ao lado outro paciente na mesma situação.

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Recém-nascido venceu a Covid-19. (Foto: Divulgação/HRMS)

Outras imagens são mais antigas, mas de esperança, quando em junho de 2020, um recém-nascido havia dado entrada com insuficiência respiratória grave e precisou ser entubada, a ventilação mecânica durou cinco dias, mais três dias de ventilação não invasiva. Ao todo foram 14 dias no CTI, porém, venceu a doença e foi liberado para crescer em casa.

Falta de leito e medicamentos

Recentemente, um dia após funcionários do HRMS denunciarem a falta de medicamentos do kit intubação, essenciais no tratamento de pacientes graves com covid, o Governo do Estado enviou avião para São Paulo buscar nova remessa. Os cerca de 20 mil kits foram liberados pelo Ministério da Saúde.

Em nota, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) havia negado a informação, afirmando que havia remédios suficientes. Porém, durante live na manhã desta quarta-feira (14), o secretário de Saúde, Geraldo Resende, confirmou que o HRMS estava em situação crítica.

O aumento na ocupação de leitos no limite é quase que diária. Durante um dos picos recentes da pandemia, Resende ainda ressaltou que as vagas que surgem em leitos de UTI são em decorrência da morte dos pacientes que estavam internados, pois mesmo com novos leitos são habilitados, são ocupados logo em seguida.

“Os leitos que estão vagando, infelizmente, temos que ser muitos claros: são os leitos dos óbitos. Quando morrem 42 sul-mato-grossenses, vagam 42 leitos em UTIs. Vivemos essa realidade”, disse.

Apoio de hospitais

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Recado da equipe do Hump. (Foto: Divulgação/-UfMS

Demais unidades de e do interior, estão sendo ‘retaguarda' do HRMS, recendo pacientes não-covid. A lotação também é desafio para os hospitais. A Santa Casa tem registrado lotação acima do limite com pacientes ‘amontoados' em macas e corredores, sem espaço em salas de estabilização.

O Humap-UFMS (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Federal de MS), teve que suspender os atendimentos PAM (Pronto Atendimento Médico) adulto da área vermelha.

Embora o lado negativo, equipes do Humap enviaram apoio e recados de sensibilização com os colegas do HRMS durante todo o trabalho. “Nós do CTI nos sensibilizamos e reconhecemos todos o esforço dos nossos colegas do HRMS. Juntos, mesmo de longe, força”, escreveram em foto de esperança.