Uma indígena de 38 anos, grávida de oito meses, morreu após ser encaminhada para atendimento no Regional de Aquidauana, a 90 km de Campo Grande. Os moradores da comunidade indígena questionam o atendimento médico que a mulher recebeu na unidade.

Conforme informou familiar ao Jornal Midiamax, Ruthe Luiz Mendes era moradora da Aldeia Ipegue e deu entrada no hospital no dia 13 de março de 2021 com dores e deveria passar por um ultrassom para verificar os batimentos do bebê, mas na unidade não havia um operador de ultrassom. 

Ruthe seria encaminhada para hospital em Campo Grande, mas morreu em sala de cirurgia ainda no HR de Aquidauana. “Ela entrou forte na sala de cirurgia, não desmaiou em nenhum momento, está lúcida. E infelizmente saiu sem vida. São muitas perguntas que temos e ninguém tem resposta para o que aconteceu”, disse Elciney à reportagem. Ela faleceu no dia 14 de março, após o bebê morrer ainda no ventre.

A morte da jovem e do bebê causou questionamento da população quanto ao atendimento médico que foi prestado e uma manifestação foi organizada para cobrar resposta das autoridades. 

“Não podemos aceitar o fato de um hospital que é referência do estado não ter um operador de ultrassom quando necessita. O pequeno Raviel e Ruthe foram vítimas desse descaso que sempre aconteceu e acontece com a população indígena, mas, que não são levados para o conhecimento das autoridades”, disse representante da comunidade.

Além disso, a família também busca na Justiça respostas para a morte precoce da jovem indígena. Ruthe deixou quatro filhos, de 17, 15, 13 e 11 anos.