Exclusivo: Estudo com vacinação aponta eficácia de 90% contra mortes por covid na fronteira de MS

Pesquisa foi feita após imunização com doses da Janssen em 13 cidades na fronteira

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Fiocruz aponta que taxa de atraso em MS é de 14%; taxa nacional fica em 11%.
Fiocruz aponta que taxa de atraso em MS é de 14%; taxa nacional fica em 11%.

Depois de vacinar a população adulta nas 13 cidades de fronteira de Mato Grosso do Sul com a dose da vacina Janssen, o estudo de imunização em massa teve resultados divulgados nesta segunda-feira (18). A vacina é diferente das outras que já eram utilizadas no Estado e precisa de apenas uma dose para proteger contra o coronavírus. Dados da pesquisa mostram resultados positivos: o imunizante tem eficácia de 90,5% contra mortes por covid. 

A vacina americana da Janssen foi utilizada para estudo epidemiológico conduzido pelo médico infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Júlio Croda. O estudo é realizado pelo grupo Vebra Covid da Fiocruz, com apoio da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). O preprint foi divulgado nesta segunda (18) e é um relato da pesquisa compartilhado antes de ir para um periódico científico. O preprint tem como objetivo acelerar o processo de comunicação das pesquisas entre os especialistas, já que a divulgação em revistas pode demorar meses.

Todos acima de 18 anos, que ainda não tinham sido vacinados com outros imunizantes, tiveram a oportunidade de receber dose da Janssen nas cidades de fronteira. Para estimar a eficácia do imunizante, a pesquisa utilizou testes RT-PCR, que são considerados ‘padrão-ouro’ para o diagnóstico da doença. Ao todo, foram analisados 11.817 testes e a maioria dos pacientes analisados eram jovens adultos. Apenas 20% das amostras analisadas eram de pessoas com mais de 50 anos.

A eficácia da vacina da Janssen contra casos sintomáticos de covid foi de 50,9% após 28 dias da aplicação. O estudo ainda aponta uma eficácia de 72,9% contra hospitalizações e 92,5% para internações em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). As análises ainda mostraram ótimos resultados sobre os efeitos da vacinação no caso de mortes por coronavírus, com uma eficácia de 90,5%. 

O estudo observou uma eficácia de 51% contra casos sintomáticos após quatro semanas da dose única. Contudo, os pesquisadores fazem algumas observações. A primeira delas é que não foi feito um sequenciamento para saber as variantes identificadas nas amostras, contudo, na época do estudo a variante Gama, também conhecida como P1, ainda era predominante. 

Outra observação é que o estudo foi feito em um prazo curto. “Analisamos um curto período de acompanhamento, portanto, não podemos avaliar o potencial decréscimo em eficácia”.

Entretanto, uma coisa não se pode negar: a vacina é importante. O estudo demonstra como o imunizante pode ajudar no combate à covid-19. “Apesar da falta de precisão em algumas estimativas, uma única dose da vacina Ad26.COV2.S continua a proteger especialmente para formas graves de Covid-19 no contexto de novas variantes”.

13 cidades na fronteira foram contempladas com a vacinação em massa. – Divulgação/Julio Croda/Fiocruz

 

Cidades têm alto índice de cobertura vacinal

O alto índice de imunizados nos municípios da fronteira contribuiu para diminuir drasticamente o número de óbitos por coronavírus. Dados do boletim epidemiológico mensal da SES apontaram que, de 13 cidades na fronteira, 7 não registraram uma morte sequer no mês de setembro. As cidades sem mortes foram: Aral Moreira, Caracol, Japorã, Mundo Novo, Paranhos, Porto Murtinho e Sete Quedas.

Apesar da pesquisa não analisar o índice de cobertura vacinal dos municípios, dados do Vacinômetro apontam que os imunizados são maioria na fronteira. São considerados imunizados aqueles que tomaram as duas doses da vacina ou a vacina de dose única, que é o caso da Janssen. 

A cidade com o maior índice de imunizados em relação à população geral é Sete Quedas. O município tem 82,82% da população completamente imunizada. Considerando somente os adultos, o índice chega a 111,77%. 

 

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