Se antes as crianças pintavam o rosto e se caracterizavam sem saber dos significados importantes e históricos, agora é preciso conscientizar os pequenos sobre os povos indígenas. Cada vez mais a sociedade e por consequência, as escolas, devem buscar mais conhecimento sobre os povos originários do Brasil. 

Assim, nesta segunda-feira (19), é celebrado o dia nacional dos povos indígenas. Então, é necessário usar desta data, assim como no resto do ano, para abordar temas importantes sobre estes povos com os estudantes. 

O doutor em educação, escritor e indígena, Daniel Munduruku, explica que o caminho para a sociedade construir uma percepção mais próxima dos povos indígenas é dar espaço para o próprio povo originário. “É muito importante que os historiadores tragam para o cenário da educação as diferentes vozes que foram sendo silenciadas nestes cinco séculos da história oficial”, aponta. 

Além disto, ele destaca que é preciso mostrar como o país foi construído e principalmente desconstruir grandes nomes vistos como heróis nacionais, mas que na verdade foram “grandes genocidas. O brasileiro precisa aprender a gostar de seu passado porque ele foi construído sobre a resistência dos povos indígenas e, posteriormente, dos negros escravizados”.

Sobre a educação infantil, a supervisora de educação infantil da rede, Glaucia Sobral, diz que as brincadeiras e o conhecimento devem andar lado a lado. “Podemos celebrar essa riqueza cultural que temos junto a tantas outras que compõem a nossa nação. Por meio de danças, brincadeiras, culinária e linguagens podemos entender um pouco mais sobre a cultura indígena. É bom termos um dia para celebração e reflexão, e esse não é um dia isolado, mas sim um dia de coletividade”. 

Pensando nisso, a rede de ensino Elite resolveu mudar a forma de abordagem da data comemorativa. De acordo com a supervisora, a escola busca levar os significados dos povos indígenas e costumes que estão no dia a dia das crianças. “Mostramos a existência de muitas outras referências dentro dessa cultura, que é praticada por nós e que merecem o reconhecimento”, explica.