Neste domingo (19), o recifense Paulo Freire completaria 100 anos. No mês de seu centenário, uma escola particular de Campo Grande, que utilizava o nome do educador, divulgou uma nova identidade visual com um novo nome.

Existente há 38 anos, a Escola Paulo Freira anunciou no dia 1º de setembro uma nova identidade visual e também um novo nome, passando a se chamar Colégio Master. Coincidência ou não, a mudança é anunciada no primeiro dia do mês em que o centenário do educar é comemorado.

Paulo Freire defendia que a sala de aula deve ser um mecanismo de transformação social. Em 2012, o educador passou a ser considerado por lei o “Patrono da Educação Brasileira” e nos últimos anos se tornou o pilar de uma discussão política no Brasil.

Com ideias consideradas por muitos como revolucionárias e recebendo diversas homenagens de figuras como Lula, Guilherme Boulos, e outros, os ideais do educador se tornaram alvo de críticas de políticos e cidadãos conservadores.

A instituição não atribuiu a mudança de nome à discussão política gerada em torno de Freire, em uma nota, o agora Colégio Master afirma que o novo nome “passa a estar ligado à busca contínua pelo domínio da técnica”.

Ao longo do mês, a instituição que estampou o nome de Freire ao longo de 38 anos não realizou postagens ou homenagens públicas ao educador. Reconhecido internacionalmente, Paulo Freire foi homenageado até mesmo pelo Google, que estampou uma arte com o rosto do educador em sua logo.

O colégio, em suas redes socais, ao longo de todo o mês realizou publicações de eventos realizados na instituição como um evento de cosplay e um dia voltado para o dia da independência do Brasil, quando os alunos “cantaram o Hino da Independência e participaram do Concurso de Poesia, em homenagem a Pátria Amada Brasil”.

A reportagem entrou em contato com o Colégio Master para saber os motivos da mudança de nome e a não realização de homenagens sobre Paulo Freire, mas ainda não foi respondida. O espaço segue aberto.