Motolância
Para fazer os atendimentos, os socorristas utilizam todos os equipamentos de proteção individual necessários, como capacete, luva, colete especial com sistema de airbags, joelheiras e protetor de tórax. Levam também todo o material necessário para iniciar o atendimento, como kit de oxigênio, kit de intubação, de vários procedimentos. A equipe, formada por enfermeiros e técnicos de enfermagem, já desce no local com tudo para não perder tempo porque quando se tem um caso grave é primordial que se inicie o atendimento o quanto antes.
Doadas pelo Ministério da Saúde em 2009, as motolâncias estavam paradas até 2017 e passíveis de devolução se não iniciassem a operacionalização. Marcel Nobre explica ainda que para ser motosocorrista precisa participar de um curso específico para pilotagem de moto, e somente depois entra para a equipe.
“Nós fizemos este curso com a PMMS, com o pessoal da BPtran. Somente depois do curso estamos aptos para fazer a pilotagem. Hoje temos dez profissionais que compõem a equipe de motosocorristas, sendo quatro enfermeiros e seis técnicos de enfermagem. A finalidade da moto é dar suporte, no menor tempo resposta possível, em situações em que é primordial a necessidade de mais rapidez”, salientou.
Para ele, hoje, o desafio é explicar para a população o que é a motolância, o que é este atendimento. “Não é que não será enviada uma ambulância, nós vamos na frente. A vantagem é que conseguimos triar melhor a cena do evento. Então, às vezes, temos uma ocorrência que entrou como um acidente de múltiplas vidas, e quando a gente chega lá vê que não é assim, que é uma pessoa só, que não precisa do apoio de uma ALPHA (ambulância com médico, enfermeiro e socorrista), só de uma BRAVO (unidade de suporte básico), que vai um técnico e um socorrista, por exemplo”, explicou.
Isso melhora os atendimentos, já que, na pandemia, o número mais que dobrou, passando de uma média de 20 a 25 atendimentos para 70 no período mais crítico.
“Muitos atendimentos de pessoas com sintomas de Covid pedindo transporte para o hospital. Chegamos a fazer 70 transportes em um dia, sendo uns 70% só de Covid. A população percebeu o quanto trabalhamos nessa época e apesar da tristeza que todos passamos, as pessoas passaram a enxergar o que é o trabalho da saúde e que é a força humana que faz tudo andar”, finalizou o coordenador do Samu.
Serviço
O Samu faz parte da Política Nacional de Urgências e Emergências. O serviço, disponível através do número 192, atende os casos de urgência e emergência, com a missão de reduzir o intervalo terapêutico para o paciente e com isso evitar a morte, reduzir sequelas e amenizar o sofrimento.