Restrições de atendimento, toque de recolher e isolamento social foram alguns dos desafios enfrentados por comerciantes na pandemia da covid. Para amenizar a perda de receita, bares e restaurantes de Campo Grande recorreram ao delivery, considerado o ‘salvador’.

Enquanto para os motoentregadores o serviço dobrou e muitos viram o momento como uma oportunidade, para os empresários, a situação ficou bem delicada, já que ficaram com horários e lotação restritos.

Para o empresário Antonio Geraldo Parrela, proprietário do Parrela Espetos, na Avenida Bom Pastor, o delivery foi o que “segurou as pontas”. “Apesar de o lucro ser menor porque tem a taxa cobrada pelas plataformas, foi o que salvou a gente”, lembrou.

No restaurante de Parrela, as vendas por delivery chegaram a representar 50% de todas as vendas. A situação fez a receita diminuir e a empresa precisou ‘apelar’ para promoções para não fechar. “Era uma loucura, tinha meus entregadores e trabalhei com duas plataformas de entrega”, comenta.

Porém, o avanço da vacinação e a flexibilização nas restrições fez com que o restaurante voltasse a atuar no seu ponto forte: o público presencial. “Temos um espaço muito bom, com playground, nosso público é família. Melhorou muito a renda, [crescimento de] mais de 50% com a presença dos clientes”, avalia.


Entregas em domicílio ajudaram a salvar negócios do ramo de alimentação em Campo Grande na pandemia – Foto: Marcos Ermínio / Midiamax

Visão aberta para oportunidades

Dizem que para ser empreendedor é necessário ter uma visão de águia. No momento mais difícil para a economia global, Arnaldo Taira, proprietário do Sushi Yá, decidiu inovar para não deixar o restaurante que fundou há 8 anos falir. 

“O delivery ajudou a minimizar o prejuízo. Mas como nossa marca para rodízio é muito forte, implantamos o rodízio em casa. Então, pegamos os principais produtos que saíam com mais frequência e montamos um combinado [para delivery]”, conta o empresário.

Taira explica que, apesar das restrições e queda nas vendas, a empresa precisa honrar com os compromissos. “Aproveitamos para fazer esse projeto rodar e minimizar [os impactos]”, declara, lembrando que o delivery representava 12% da receita do estabelecimento.

Sempre tem o lado positivo

Como diz o ditado: ‘Se a vida te der limões, faça uma limonada’. Assim, o empresário diz que o aumento do delivery na pandemia, apesar da queda no faturamento, ajudou o restaurante a captar novos clientes. “Quem não conhecia a marca, pediu por delivery e gostou”.

Após problemas com plataformas de entrega, o empresário iniciou sistema de entregas via WhatsApp, onde não precisa pagar taxa a outras empresas e mantém o atendimento remoto a clientes que se mantêm em isolamento social.

Apesar do fim do toque de recolher e das flexibilizações, Arnaldo diz que as pessoas ainda têm receio de sair de casa após as 22h e, por isso, o delivery ainda tem sido fundamental para a continuidade dos negócios.