De acordo com o presidente da Federação de Atletismo de MS, Erick Moriyama, o baixo número de competidores e a falta de investimento tornam quase impossíveis as possibilidades de algum atleta de atletismo do Estado competir em campeonatos internacionais.

“Os atletas daqui não tem chance de competir, são poucos atletas e tem a falta de incentivo, eles não recebem um valor para se dedicar ao esporte, agora venho o bolsa atleta, mas é pouco, então o cara precisa arrumar um emprego e as vezes até para de treinar”, comentou Moriyama.

Com o mesmo posicionamento, o vice-presidente da Federação de de MS, Carlos Cesar, salienta que a falta de incentivo não é o único, mas um dos principais fatores da dificuldade do Estado em lançar atletas para grandes competições.

“Só uma equipe em MS paga salário, porque a dona é uma empresa, os outros (atletas) são armadores. Tem um bolsa atleta, mas a dificuldade é a falta de incentivo, você vai fazer uma preparação para um brasileiro por exemplo, monta o calendário, se prepara, aí chega na hora e não sabe se o atleta vai ter condições financeiras de participar ou não”, explicou Cesar.

Além disso, Carlos Cesar também citou a pandemia, como outro fator causador dessa dificuldade. Tanto a falta de investimentos como a pandemia também foram citados pelo vice-presidente da Federação de em MS, Marcelo Nunes.

Para Nunes, os atletas precisam se dedicar para lidar com as adversidades financeiras, tanto para treinamentos como para campeonatos, o que acaba refletindo no ranking dos atletas, situação que piorou com a pandemia.

“Tínhamos um cara que não era daqui, mas lutava por MS, ele ia se classificar, mas por não disputar campeonatos o suficiente ficou fora do ranking”, explicou Nunes.

Atletas de MS nas Olímpiadas

Mato Grosso do Sul possui um atleta com vaga garantida no maior torneio esportivo do mundo. Fernando Rinho, o “Cowboy”, natural de Eldorado, já tem vaga garantida nos Jogos Paralímpicos de Verão de Tóquio 2021, na modalidade paracanoagem, nos estilos canoa e caiaque.

A vaga está garantida desde agosto de 2019, quando Rufino ficou em sexto lugar na prova do caiaque KL2 200m, no Mundial de Paracanoagem na Hungria.

“Léo” de Deus também irá para Tóquio, o nadador já é figura conhecida nas competições internacionais, mas apesar de ser natural de Campo Grande, viveu pouco tempo na cidade e construiu sua carreira em outros estados.

Outros dois atletas são Luan Simões Pimentel e Eduardo Neves, que lutam por uma vaga no judô e skate respectivamente. Luan ainda precisa somar alguns pontos no ranking para carimbar a vaga, ele participará de duas competições importantes para assegurar essa pontuação restante.

Neves pleiteia uma vaga para Tóquio-2021 na modalidade skate, estilo street. Para conseguir o atleta precisa se sair bem em duas competições: Dew Tour, penúltima seletiva para os Jogos, nos Estados Unidos (maio) ou ficar pelo menos no pódio no Mundial de Skate Street, em Roma, na Itália (junho).

Em resposta as declarações, a (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) alega que uma de suas funções e deveres é dar suporte às federações e associações esportivas, por meio de apoio a eventos, competições, formação de delegações para representar Mato Grosso do Sul em torneios nacionais e internacionais.

“Isto tem sido feito consistentemente. Auxílio com despesas de arbitragem, aquisição de material esportivo, estrutura física e disponibilização de profissionais na organização de eventos, custeio de passagens rodoviárias e aéreas, hospedagem e alimentação”, disse a fundação por meio de nota.

A Fundesporte ainda salientou sobre a implantação do Bolsa Atleta e Bolsa Técnico, que hoje atende 235 atletas e 30 técnicos de 11 categorias. As inscrições seguem sendo realizadas, até momento quase 700 inscrições foram recebidas.