Quem poderia imaginar que a capital brasileira líder na imunização poderia enfrentar dificuldades na campanha? Campo Grande tem enfrentado desafios com relação à vacinação contra o coronavírus. O município chegou até a adiar os planos de liberar o uso de máscaras ao ar livre por conta da demora das pessoas em comparecer para a 2ª dose. Com relação à dose de reforço também há atrasos: são mais de 54 mil campo-grandenses com a 3ª dose atrasada.
Dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) apontam que são 54,5 mil pessoas que ainda não tomaram a 3ª dose em Campo Grande. A secretaria explica que, por enquanto, é preciso cumprir dois requisitos para tomar a dose de reforço: ser idoso com 60 anos ou mais ou ser trabalhador da saúde com 18 anos ou mais. Além disso, é preciso ter tomado as duas primeiras doses da vacina há pelo menos quatro meses.
A secretaria de saúde ainda estima que cerca de 66 mil pessoas estejam com a segunda dose atrasada em Campo Grande, ou seja, deveriam ter recebido o imunizante até o final do mês de outubro. “São pessoas que tomaram a primeira dose até o final de julho e não retornaram dentro do período estimado para receberem a segunda dose”, informou.
Os fujões da vacina também representam um número significativo. Entre pessoas com 12 anos ou mais, 40 mil ainda não compareceram aos postos sequer para tomar a 1ª dose, ou seja, são pessoas que se recusaram a tomar a vacina.
Com o objetivo de reduzir o número de pessoas com a vacina em atraso, a Sesau intensificou a busca ativa. A iniciativa orienta a população sobre a necessidade do ciclo vacinal. Só com o ciclo completo a pessoa está completamente imune.
“São feitas ligações via telefone e encaminhadas mensagens de texto via WhatsApp para quem ainda não se vacinou. A Sesau também tem uma quantidade significativa de locais abertos com a dose à disposição”, ressaltou.
Máscaras continuam obrigatórias nas ruas
Campo Grande anunciou na semana passada que o uso de máscaras nos espaços abertos não seria mais obrigatório. Porém, com a imunização, principalmente relativa à 2ª dose, abaixo da expectativa, o município decidiu ‘puxar o freio’. Por enquanto, utilizar máscaras nas ruas ainda é necessário. O prefeito Marquinhos Trad (PSD) explicou que o uso de máscaras só será flexibilizado quando a Capital atingir 70% da população completamente imunizada.
O prefeito explica que será realizada uma campanha nacional ainda no mês de novembro, convocando as pessoas para retornarem para completar o ciclo vacinal. Ele reforça que tomar apenas a 1ª dose não garante que a pessoa não possa ser contaminada. “Estamos com todas as unidades de saúde com vacinas. Nós temos vacinas, só não está tendo retorno das pessoas para tomar a 2ª dose”, lamentou.
