Após recorde de mortes em 24h, MS tem 98% dos leitos UTI covid ocupados

Um dia após bater o trágico recorde de 60 mortes em 24h, Mato Grosso do Sul tem queda na taxa de ocupação de leitos UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e chegou a 98% na manhã desta sexta-feira (26). Na quinta-feira (25), o Estado estava com ocupação de 100% desses leitos. Conforme o painel Mais Saúde, […]

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Um dia após bater o trágico recorde de 60 mortes em 24h, Mato Grosso do Sul tem queda na taxa de ocupação de leitos UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e chegou a 98% na manhã desta sexta-feira (26). Na quinta-feira (25), o Estado estava com ocupação de 100% desses leitos.

Conforme o painel Mais Saúde, da SES (Secretaria Estadual de Saúde), são 537 leitos exclusivos para pacientes em estado grave com covid. Assim, com a ocupação em 98%, ainda restam 10 vagas em MS.

Apesar do alívio, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) – referência para tratamento da covid em MS – continua com atendimentos além da capacidade. No boletim mais recente do hospital, havia 131 pacientes para 120 leitos UTI.

Para Campo Grande, o painel Mais Saúde mostra que todos os 313 leitos para pacientes covid estão ocupados. Já em Dourados, o sistema indica que restam 9 vagas. Três Lagoas e Corumbá também estão sem vagas.

Alerta da Fiocruz

Boletim publicado por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) esta semana indicava que Mato Grosso do Sul chegou a ter o maior índice de ocupação entre os estados do país, com 106%. Já, Campo Grande estava com 106% era a 2ª maior taxa entre capitais.

Os pesquisadores indicam que os altos índices de ocupação retratam o colapso no sistema de saúde no atendimento a pacientes que precisam de cuidados complexos para covid. Por outro lado, também prejudicam o atendimento a pacientes com outros tipos de doenças.

O documento assinala que medidas mais rigorosas que estão sendo adotadas em algumas localidades são fundamentais para interromper a tendência de descontrole da pandemia, diminuindo os “efeitos sobre o sistema de saúde e poupando vidas”.

Aumento da mortalidade

Para a Fiocruz, o colapso no sistema de saúde resulta num aumento da mortalidade. Levantamento dos pesquisadores mostrou elevada mortalidade tanto entre os que conseguiram assistência quanto aqueles pacientes que ficaram desassistidos, sendo o índice de 59% de mortalidade entre os que estavam internados em UTIs e 80% os que recebiam suporte como ventilação mecânica.

O relatório também levantou dados de brasileiros que morreram em casa e chegou a conclusão de que mais de 9 mil pessoas morreram em 2020 em casa, sem conseguir assistência.

Lockdown

A medida apontada pelos pesquisadores da Fiocruz para melhorar esse cenário é o lockdown, com restrição de circulação e de todos os serviços não-essenciais, de forma intermitente até que a maioria da população brasileira tenha sido imunizada.

Por fim, o documento observa que a ausência de uma ação articulada conjunta entre estados ou de ações parciais e precoces conduziu o país a chegar na atual situação.

“Para que essas medidas de bloqueio possam ser bem sucedidas, elas devem ser adotadas conjuntamente, demandando cerca de 14 dias para que produzam resultados na redução das taxas de transmissão em aproximadamente de 40%, exigindo o monitoramento diário para acompanhar seus impactos na redução de casos, taxas de ocupação de leitos hospitalares e óbitos”.

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