Aos 66 anos, jornalista Oscalino Rezende morre em decorrência da covid-19 em Campo Grande

Profissional estava internado há cerca de três semanas

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O jornalista Oscalino Rezende perdeu a batalha contra a covid-19 e morreu na noite de sexta-feira (2), em Campo Grande, aos 66 anos. Ele estava internado há aproximadamente 21 dias no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), que é referência no tratamento da doença em MS. 

Oscalino Rezende era um fotojornalista conhecido no meio político de MS e estava sempre presente nos acontecimentos da Assembleia Legislativa, Governadoria e Câmaras de Vereadores do Estado. “Uma pessoa que exalava humildade e profissionalismo, nunca deixava de atender um chamado de cobertura seja em qual município fosse, sabia o nome de cada vereador e não perdia nenhum aniversário de cidade interioriana”, lamentou o SindJor-MS (Sindicato dos Jornalistas de MS), em postagem nas redes sociais. 

Internado com a covid-19, a situação vinha se agravando, com comprometimento do sistema respiratório e renal. Na tarde de quinta-feira (1º), a família foi informada pela equipe médica que o quadro do fotógrafo era irreversível e dois membros mais próximos poderiam comparecer ao local para a despedida. 

A morte foi confirmada na sexta, à 16h30. O velório de Oscalino acontece na pax São João Batista, na Rua 13 de Maio, na Capital, de 8h até 10h, neste sábado (3).

Despedida 

Num velório rápido na manhã deste sábado (3), em razão das medidas de biossegurança, amigos e familiares se despediram do fotógrafo. Mesmo recém-aposentado, ele não deixava a profissão. “Sempre dizia eu amo o que eu faço”, conta a ex-mulher Cléia Lúcia Miranda. Muito emocionada, ela relembrou que quando se conheceram, há 37 anos, Oscalino já era fotógrafo. 

Desde então, foram quatro décadas sob a lente, cobrindo evento políticos por todo o Mato Grosso do Sul. Ele acompanhou desde a primeira campanha do ex-governador André Puccinelli (MDB) a deputado federal. Fotografou diversos parlamentares, além de vereadores de todas as cidades do interior. Atuava, ainda, em um jornal da Capital. “O que vai ficar mais marcado é o companheirismo dele”, contou o amigo de profissão Luiz Franco, de 52 anos. 

Isolamento na pandemia

Oscalino procurava manter o isolamento social desde o início da pandemia do novo coronavírus. “Desde que começou a Covid ele não saiu pra fora”, relembra Cléia. Com eventos suspensos, a rotina do fotógrafo limitava-se a pegar marmita a uma quadra de casa.

Para a família, a contaminação deve ter ocorrido em exceções ao isolamento. A primeira delas com a participação em evento político recente; ou na ida diária a um bar perto de casa, onde tomava uma dose de aguardente antes do almoço. “Ele falava todos os dias: desse vírus eu não vou morrer”, lamenta Cléia, ao contar que apesar de todos os cuidados ele acabou contaminado.

Sem diabetes, nem pressão alta e descrito como uma pessoa extremamente ativa, Odalino tinha somente uma artrite gotosa, relatam familiares. Mesmo assim, não resistiu às complicações da Covid-19 e após cerca de 20 dias de internação faleceu. Com velório breve iniciado às 8h, o sepultamento do fotógrado ocorre ainda nesta manhã. 

Oscalino deixa duas filhas e um filho.

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