Adesão à coleta seletiva surpreende e campo-grandenses separam mais de 7 toneladas em um ano

A separação correta do lixo vem crescendo e ganhando adeptos na capital

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Há quase dez anos, a Lei Municipal N°. 4.952/2011 implementou a Política Municipal de Resíduos Sólidos em Campo Grande, neste período já foram recolhidos 41,5 mil toneladas de resíduos através da Coleta Seletiva.

Nesses dez anos – não por conta, mas juntamente com a lei – o hábito de diversas pessoas mudou em relação ao descarte correto de resíduos, ou seja, separar o reciclável do orgânico e o que antes era sem importância, para muitos, já se tornou fundamental.

É caso da engenheira agrônoma, Ângela Pauletto Fritzen, que pratica o descarte correto em sua casa desde 2009. Ela conta que o pai começou a realizar a separação dos resíduos por conta de plantações que sua mãe tem em casa.

Ela, já habituada aos costumes do pai, disse que prestou ainda mais atenção no descarte correto após ingressar no curso de engenharia agrônoma. “Depois que formei eu pensei: agora preciso dar o exemplo né”, brincou Ângela.

Na casa de Ângela os resíduos são divididos entre os recicláveis, os utilizados para adubo e os descartáveis. “Restos de frutas, verduras, até pó de café utilizamos aqui em casa mesmo, aí o que vão para o lixo são os restos das refeições, separamos dos papeis plásticos e coisas do tipo, aí alumínio e essas coisas nós vendemos para um senhor que passa comprando aqui na rua”, comentou.

Assim como Ângela, Gabriel Freitas Schardong também faz questão de separar o lixo em descartáveis, orgânicos e recicláveis. Hábito que começou em 2019, meses após abrir uma empresa de descarte ecológicos.

“Eu abri a empresa em 2018, aí em 2019 fui morar sozinho e comecei a realizar a separação certinho, como não passa o caminhão de coleta no meu bairro eu mesmo faço o descarte e o que é possível eu acabo vendendo para lojas de recicláveis”, comentou.

E quem imagina que o descarte correto gera trabalho está enganado, tanto para Gabriel como para Ângela, a única diferença está em que lugar você vai jogar.

“Aqui em casa temos vários saquinhos, aí separamos um para cada lixo e pronto, quando chega o dia fazemos o descarte”, explicou a engenheira.

Atitudes essas que corroboram com o aumento de resíduos coletados em Campo Grande. De acordo com um levantamento disponibilizado pela Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) a coleta de resíduos na capital aumentou a cada ano desde 2011, registrando apenas uma queda de 2019 para 2020, quando foram coletadas 479 toneladas a menos que no ano anterior.

Neste mês de abril, a média foi de 15,73 por dia. Em Campo Grande existem duas modalidades de coleta, a PaP (Porta a Porta) e a LEV (Locais de Entrega Voluntária). A primeira já conhecida por muitos é o famoso ‘caminhão de lixo’ que atende mais de 60% do município, já a segunda é quando o próprio morador precisa levar seus resíduos até os ‘Ecopontos’.

Separação de resíduos

De acordo com a prefeitura, o modelo adotado em Campo Grande para os resíduos sólidos é o binário, isso significa que os resíduos sólidos devem ser separados em rejeitos/orgânicos (restos de alimentos, lixos de banheiros, papéis sujos) e recicláveis (plásticos, papéis, metais e vidros).

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