Maior cidade de Mato Grosso do Sul, também concentra o maior número de casos de () do Estado: são 90 pacientes, no total, que, na comparação com os demais municípios, contam com uma estrutura de Saúde mais preparada para os atender em caso de explosão no volume de doentes. Contudo, repousa sobre o interior, em especial as pequenas cidades, uma preocupação extra, diante da proporção de casos sobre o número de moradores.

Nesta terça-feira (21), quando anunciou o boletim com 173 casos de coronavírus e confirmou a sexta morte pela doença, a secretária-adjunta de Saúde, Christinne Maymone, demonstrou também um comparativo sobre a incidência da doença. O cálculo estatístico segue modelagem nacional e aponta o volume de pessoas doentes a cada 100 mil habitantes. E, nesta simulação, são justamente as cidades do interior que apresentam números mais preocupantes.

No extremo norte do Estado, Sonora tem uma população estimada em 19.274 habitantes, segundo dados do IBGE de 2019. Até aqui, a cidade teve 11 casos de coronavírus registrados (um a cada 1,7 mil pessoas). Dentro das proporções da SES, isso representa um volume de 57,1 casos a cada 100 mil habitantes.

Se o quantitativo parece não assustar, basta dizer que o mesmo cálculo, para Mato Grosso do Sul, apresenta um índice de 6,2 casos para cada 100 mil moradores –ou seja, Sonora tem nove vezes mais doentes que a média do Estado. Ou que, para Campo Grande, com cerca de 900 mil habitantes e 90 casos, a incidência é de 10.

Christinne explicou que, diante do crescente movimento de interiorização de casos de Covid-19, “com municípios pequenos com bastantes números de casos”, decidiu-se fazer a prospecção da incidência. No caso de Sonora, o volume de dados na incidência equivale ao da cidade caso ela tivesse 100 mil habitantes –o montante seria o segundo maior do Estado, atrás apenas da Capital.

“Isso significa que municípios pequenos, com grande número de casos, demonstram um maior risco da doença”, prosseguiu ela. Estudos de autoridades de saúde confirmam que o R0, a taxa de contágio da Covid-19, varia entre 2 e 3 a até 6, o que quer dizer que uma pessoa contaminada pode passar a doença para até 6 –no caso da gripe, esse índice é de 1,7.

A Capital ainda é a décima colocada no ranqueamento de incidência da Covid-19. Atrás de Sonora, aparecem Batayporã (11.329 moradores e 53 casos por 100 mil), Chapadão do Sul (25.218 habitantes e 35,7 de índice), (54.374 e 20,2), Alcinópolis (5.343 e 18,7), Paraíso das Águas (5.555 e 18), Selvíria (6.529 e 15,3), Três Lagoas (121.388 e 14,8) e (18.366 e 10,9).

Total de casos

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Campo Grande concentra 90 casos de coronavírus. (Imagem: Reprodução)

Já no número absoluto de casos, Três Lagoas é a segunda cidade com mais pacientes: 18. Na sequência aparecem Dourados, Nova Andradina e Sonora (11 cada); Chapadão do Sul (9); Batayporã (6); Corumbá, Mundo Novo e Paranaíba (2 cada); e, com um caso confirmado, Alcinópolis, Bataguassu, Coxim, Ladário, Miranda, , Paraíso das Águas, Ponta Porã, Rio Verde de Mato Grosso, Selvíria e Sidrolândia.

A secretária-adjunta afirma que, a fim de conter o avanço da doença, precauções como o uso de , a do isolamento e distanciamento social, a lavagem das mãos e a “etiqueta respiratória” –como se proteger ao tossir ou espirrar para que outras pessoas não sejam atingidas por gotículas– são fundamentais.

O secretário de Estado de Saúde, , por sua vez, salientou que o isolamento social segue importante porque o Estado ainda está no “processo de construção de leitos de UTI”. Hoje, segundo ele, há 513 leitos existentes no Estado, entre públicos e privados –sendo usados não apenas para pacientes de coronavírus, mas também para outras enfermidades. A ideia é adicionar mais 211 a esse total. “Quero acreditar que até o final do mês teremos à disposição da população 711 leitos de UTIs”, destacou.