Com lotação de leitos em Campo Grande, SES quer 18 UTIs no Hospital de Câncer para coronavírus até 2ª feira

Negociações envolvem Estado, Prefeitura de Campo Grande e HC; poder público cederá respiradores e Ministério da Saúde bancará custos.

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Governo do Estado, Prefeitura de Campo Grande e a Fundação Cármen Prudente, mantenedora do Hospital de Câncer Alfredo Abrão, esperam se entender até segunda-feira (13) para confirmar a abertura de mais 18 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para pacientes com o novo coronavírus (Covid-19) dentro da estrutura do HC.

A informação foi confirmada ao Jornal Midiamax pelo secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, que nesta segunda-feira (6) se reuniu com a Diretoria Clínica do Hospital de Câncer para discutir detalhes do plano, que já mira a superlotação de UTIs de Campo Grande para dar vazão aos pacientes de Covid-19.

A proposta havia sido antecipada no domingo (5) e, agora, caminha para a construção a oito mãos. “Estamos trabalhando com a perspectiva de colocar 18 leitos de UTI no Hospital de Câncer. Hoje [ontem] me reuni com a Diretoria Clínica do Hospital de Câncer e avançamos”, destacou Geraldo. O plano de trabalho inclui desde a estrutura até o isolamento dos pacientes –o HC é ponto de tratamento de pacientes de câncer, com a saúde já fragilizada.

Dentro da proposta, o Governo do Estado destinará 9 ventiladores mecânicos para os leitos, e a Prefeitura de Campo Grande entrará com igual número. A instalação dos demais equipamentos e a construção das equipes seriam gerenciadas pelo HC. Por fim, o Ministério da Saúde arcaria com os gastos, dentro do projeto nacional que destina R$ 1,8 mil por leito ocupado por pacientes de Covid-19.

Conforme o titular da SES, o Governo Federal será acionado nesta semana para que seja dada a habilitação dos leitos. Caso o processo trave, Estado e Prefeitura vão arcar com os gastos até a liberação dos valores ou mesmo com eventuais diferenças de despesas.

“Se houver acréscimo, repartiremos com o município de Campo Grande, pois assumimos que é preciso montar esses leitos. Esperamos até segunda-feira que estejam disponíveis, mas já vamos encaminhar a documentação ao Ministério da Saúde pedindo a habilitação e, enquanto não vier e se precisar, Estado e município vão arcar”, destacou Geraldo.

Proposta tenta atenuar aumento da ocupação de leitos para pacientes de coronavírus em Campo Grande

A proposta vai ao encontro da crescente ocupação de leitos nas redes pública e privada com pacientes de Covid-19. Nesta segunda-feira, o Hospital Regional Rosa Pedrossian –referência para o tratamento do coronavírus no Estado– confirmou que cerca de 85% de suas vagas estão ocupadas com pessoas se tratando da doença.

A reportagem confirmou que 70 dos 83 leitos de UTI do HR estão ocupados com pacientes de coronavírus, alguns em estado grave. O hospital também direcionou pacientes com outros problemas de Saúde a outras unidades, a fim de abrir vagas, enquanto mantém em sua entrada um Hospital de Campanha para pacientes de Covid-19 em estágios menos avançados da doença.

A Prefeitura de Campo Grande também encaminhou a contratação de leitos particulares em unidades como El Kadri e Proncor, clínicos e de UTI, em valores entre R$ 650 e R$ 2,7 mil.

Boletim epidemiológico divulgado na segunda-feira apontou que o Estado soma 10.253 casos positivos de coronavírus, com 6.903 pacientes já recuperados, 3.004 em isolamento domiciliar e 224 internados.

O número de mortos, inicialmente em 122, teve um acréscimo ainda durante a divulgação dos dados, e chegou a 125 durante a tarde, com a confirmação do primeiro óbito em Alcinópolis e mais um em Campo Grande.

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