Sem terem como bancar padrão, moradores relatam explosões e acamados sem energia na invasão da Homex
Três meses depois de determinar a regularização de mais de 2 mil ‘gatos’ de energia pela Energisa na invasão da Homex, no Jardim Centro-Oeste, a Justiça revogou a decisão em Campo Grande. Como apenas 10% dos moradores regularizou a situação, o entendimento é de que não houve interesse por parte da comunidade, mas moradores alegam […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Três meses depois de determinar a regularização de mais de 2 mil ‘gatos’ de energia pela Energisa na invasão da Homex, no Jardim Centro-Oeste, a Justiça revogou a decisão em Campo Grande. Como apenas 10% dos moradores regularizou a situação, o entendimento é de que não houve interesse por parte da comunidade, mas moradores alegam que não têm condições financeiras de arcar com o padrão de energia. Além disso, moradores vivem com medo de um novo curto circuito causado pelos ‘gatos’ instalados no local e têm pacientes acamados que precisam da energia.
Uma das líderes da ocupação, a dona de casa Aleksandra Coelho, de 36 anos, conta que os moradores não conseguem pagar à vista pelo padrão de energia, que custa de R$ 600 a R$ 700. Ela conta que os moradores precisam muito de energia elétrica, já que há pessoas acamadas e crianças com deficiência. Por isso, os moradores continuam utilizando ‘gatos’. Além disso, a Energisa teria instalado os postes de energia em apenas um trecho da comunidade, na rua Arthur Alves e um trecho da rua Maria de Lurdes.
“Não é que a gente não quer energia, mas um padrão avulso custa caro, não temos condições agora. Só poderíamos comprar se fosse parcelado”, diz Aleksandra. Os moradores reinvindicam uma alternativa por parte da Energisa, como o financiamento dos padrões de energia. Segundo Aleksandra, a comunidade tem cerca de 2,6 mil famílias.
“Estamos com gato por enquanto, teve um dia que deu curto circuito na rede de alta tensão, derreteu o fio da nossa rua. A gente vive com medo por causa dessas gambiarras. Se a Energisa puder fazer o financiamento, a gente vai pagar pelos padrões”, comenta.
O morador Erovaldo, de 56 anos, está doente na cama e precisa de inalação e umidificador em casa, ou seja, a energia elétrica se tornou ainda mais essencial. Assim como ele, diversas famílias dependem do ‘gato’ diante da dificuldade de regularizar a situação.
Rafaela Martins tem 29 anos e é mãe de três crianças. Moradora da ocupação há quase cinco anos, ela conta que usa energia só porque tem gato em casa. O curto circuito ocorrido há poucas semanas está na memória dos moradores, que temem um incêndio na comunidade onde várias casas são feitas de madeira. “A gente fez essa gambiarra, mas teve um dia que pegou fogo”, diz.
A dona de casa explica que tirou a ligação do ‘gato’ diante da promessa da energia regularizada. Como não tinha dinheiro para comprar o padrão, ela ficou sem energia do poste e também sem a energia do ‘gato’. “Eu recebo o auxílio emergencial de R$ 1,2 mil. Se eu fosse comprar o padrão ia gastar a metade. E aí, compro fralda pro meu bebê ou compro padrão”, diz. Ela trabalhava com venda de pipoca e algodão doce em escolas, mas com a pandemia teve que ficar em casa.
A moradora Andressa Gomes, de 32 anos, conta que o marido ficou desempregado durante a pandemia. Ela relembra o dia do curto circuito, quando todos ficaram com medo de que as casas fossem tomadas pelo fogo. Glaucia Cruz, 43 anos, trabalhava com decoração de festa infantil e, sem serviço durante pandemia, não tem recurso para comprar o padrão. “Preciso continuar com o gato, crio meu neto e não tenho dinheiro, nem o auxílio eu consegui”.
Em nota, a Energisa afirma que o custeio do padrão de energia é de responsabilidade do próprio cliente. “Na quinta-feira (16), a decisão judicial que obrigava a construção da rede de energia no local foi revogada, considerando que a instalação dos padrões não pode ser atribuída à concessionária”.
Notícias mais lidas agora
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
- Jeep roubado de ex-superintendente morto a pauladas e facadas é encontrado pela polícia
- Antes de assassinato, homem foi visto em cima de telhado de casa de ex-superintendente em Campo Grande
Últimas Notícias
Só corre! Bazar beneficente da Breshop terá 10 mil peças de marca a partir de R$ 5
Evento ocorrerá no próximo dia 15 de dezembro, das 8h às 15h, em Campo Grande
Em poucos minutos, chuva intensa provoca alagamentos em bairros de Campo Grande
Ruas e casas ficaram alagadas na Capital
Adolescente é apreendido e confessa que assassinou ex-superintendente da Cultura em Campo Grande
Segundo a polícia, o suspeito deu voltas com o comparsa e gastou o cartão de crédito da vítima em conveniências
Professores da UFMS se apresentam na Europa
Professores da Faalc se apresentaram na República Tcheca e em Portugal
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.