Secretário descarta seguir protocolos do Ministério da Saúde para casos iniciais de coronavírus em MS
Uso de medicamentos como cloroquina e ivermectina em pacientes com sintomas brandos carece de evidências científicas, diz Geraldo Resende.
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Protocolos adotados pelo Ministério da Saúde para o tratamento do novo coronavírus –que incluem o uso da ivermectina e da cloroquina (ou hidroxicloroquina) associada ao antibiótico azitromicina– em casos iniciais não serão adotados em Mato Grosso do Sul. A afirmação partiu do secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, ao destacar que faltam evidências científicas sobre a efetividade dos medicamentos para o uso contra a Covid-19.
“Dos medicamentos que estão à disposição da população, encaminhados pelo Ministério da Saúde, nós não vamos fazer protocolo nenhum no Estado, mesmo porque não há evidências cientificas [sobre a efetividade do uso]”, afirmou Geraldo, durante live neste sábado (4) que atualizou para quase 10 mil o total de casos de Covid-19 no Estado, com 114 óbitos. “O Governo do Estado vai se guiar pela ciência”, prosseguiu.
Apesar disso, o secretário informou que os remédios estão à disposição de quem desejar os utilizar, mediante prescrição médica. “E aqueles outros [medicamentos] que falam vez por outra, que uma ou outra pessoa entende que pode ser a ‘pílula milagrosa’ no combate à Covid, o médico vai prescrever se entender ser importante. Fica à responsabilidade do médico assistente”, prosseguiu.
Geraldo Resende salientou que não existe hoje nenhum remédio que seja indicado para combater o coronavírus –apesar de várias pesquisas indicarem diferentes substâncias, nenhuma delas foi finalizada, tendo comprovação cientifica.
“O único medicamento para a Covid é o isolamento social, que vai retardar o avanço da doença. Há uma politização muito grande da doença no país, até sobre como enfrenta-la, mas queremos ficar longe desse processo porque construímos unidade entre Governo do Estado e municípios”, afirmou, torcendo para que iniciativa semelhante seja costurada pelo Governo Federal.
Medicamento mais recente adotado como protocolo, a ivermectina já está em falta em farmácias de Campo Grande. Ela foi associada à cloroquina e outros fármacos por médicos em cidades como Belém (PA) e Porto Feliz (SP), que sustentaram haver resultados positivos na sua administração em pacientes.
Por outro lado, embora tenha respaldo de entidades médicas, o uso da cloroquina vem sendo desestimulado pelo mundo pela falta de comprovações de sua eficácia, apesar de entidades brasileiras como o Conselho Regional de Medicina de Campo Grande garantir que há autonomia para os médicos que desejarem a administrar.
Governo do Estado confirma abertura de novos leitos de UTI
Relatando ter feito visita recente a Costa Rica onde, em curto tempo, disse que a Secretaria Municipal de Saúde instalou “em tempo recorde” 10 leitos para atender a população da região norte do Estado, Geraldo Resende anunciou também avanços na abertura de mais vagas de terapia intensiva pelo interior.
Conforme o secretário, a implantação de 10 vagas de UTI em Naviraí está avançando, a fim de atender moradores do Conesul e evitar que busquem atendimento em Dourados –onde os serviços já estão escassos.
O titular da SES também informou eu já entregou ao Hospital Marechal Rondon, em Jardim, equipamentos para a instalação de mais 6 leitos, os primeiros do Sudoeste do Estado. Lá, a abertura de vagas gerou polêmica com o prefeito Guilherme Monteiro (PSDB), que afirmou ser baixa a diária de R$ 1,8 mil por leito, a ser paga pelo SUS, e cobrou respaldo do Estado no custeio.
“Daqui a alguns dias vamos celebrar convênio com o Hospital Marechal Rondon para encaminhar os recursos, muito importantes, para fazer todo o mobiliário e equipamentos que o hospital necessita, já que ampliamos, através da SES, novas alas no hospital que possibilitem, logicamente, atendimento mais adequado não só para a população de Jardim, mas de todo o Sudoeste”.
Geraldo reiterou que aguarda montagem, por parte do município, das equipes que operarão as UTIS para encaminhar a habilitação dos leitos junto ao Ministério da Saúde.
Da mesma forma, ele admitiu atraso na habilitação de 5 leitos em Coxim. “Encaminhamos há mais de 2 meses equipamentos para o Hospital Regional de Coxim e esperamos que os pacientes daquela região, o norte de Mato Grosso do Sul, não sejam encaminhados a Campo Grande”, afirmou. Segundo Geraldo, enquanto o Ministério da Saúde não se posicionar, “o Estado vai assumir os recursos que não forem encaminhados antes da habilitação”.
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