Saúde Pública vai contratar mais 10 leitos de UTI para reduzir pressão em Campo Grande

Vagas serão abertas na próxima semana no Hospital do Pênfigo, segundo informou o secretário de Estado de Saúde.

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Com o sistema público de Saúde Pública sob pressão, devido ao alto número de internações em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), Governo do Estado e Prefeitura de Campo Grande vão habilitar, na próxima semana, mais 10 leitos de terapia intensiva no Hospital Adventista do Pênfigo. O anúncio foi feito neste sábado (1º) pelo secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, durante divulgação do boletim que apontou mais de 26 mil casos de coronavírus no Estado.

“Vamos trabalhar um pedido da Secretaria Municipal de Saúde para que, ainda esta semana, possamos colocar 10 novos leitos no Pênfigo”, destacou o secretário, que também destacou a chegada de 40 novos respiradores vindos do Ministério da Saúde para hospitais de Campo Grande.

As novas vagas de UTI complementam as 43 já contratadas pela Prefeitura de Campo Grande junto a hospitais particulares da cidade –Proncor (20), Clínica Campo Grande (10), El Kadri (7) e Pênfigo (6)–, nos quais também haviam sido reservadas vagas clínicas, a fim de evitar o colapso do sistema de Saúde em meio ao avanço do coronavírus –a Capital registra mais de 10 mil casos e 135 mortes causadas pela doença, conforme a SES.

A captação de vagas na rede privada ocorreu em meio à saturação no sistema público, que fechou a sexta-feira (31) com taxa de ocupação de 91% nos leitos de UTI –211 dos 232 leitos “100% SUS” estavam ocupados até as 16h de sexta. O censo diário da Sesau considera não apenas pacientes de coronavírus, mas todas as origens de demanda.

No HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), dos 91 disponíveis, 83 eram ocupados (taxa de 91%). Na Santa Casa de Campo Grande, de 87, 77 estavam ocupados (89%). No Hospital Universitário, os 26 leitos de UTI estavam ocupados, enquanto no Hospital de Câncer Alfredo Abrão, dos 28 disponibilizados, 26 eram usados –na quinta-feira (30), o HC informou que os 18 leitos reservados para pacientes de Covid-19 em sua UTI estavam ocupados.

Dentre os hospitais particulares contratados para cederem leitos de UTI, a ocupação variava, chegando a 100% no Pênfigo a 20% no Proncor. Considerando-se as vagas particulares, que elevam o total de leitos para 275, o total de internações é de 231 (cerca de 85%).

A ocupação seguiu alta mesmo com a inauguração de mais vagas de UTI em hospitais públicos: além do HC (que recebeu 18 leitos de terapia intensiva em caráter emergencial), forma abertas vagas na Santa Casa (mais 10), no Hospital Universitário (outras 10) e no HR (18). Mesmo a rede privada, que não mantém relação com o SUS, relatou alta ocupação de leitos de terapia intensiva em razão da pandemia de coronavírus.

Considerando-se Mato Grosso do Sul como um todo, a SES soma 269 leitos de UTI exclusivamente do SUS para tratamento da Covid-19. A taxa média de ocupação no Estado é de 59%, porém, esse percentual traz distorções, já que regiões que já conseguiram superar a maior pressão da pandemia –como na Grande Dourados–, o volume de uso é menor.

O boletim da SES apontou taxa de ocupação de 88% na macrorregião de Campo Grande, o que, segundo Geraldo, “significa que estamos próximos de nossa capacidade máxima de ocupação de leitos de UTI”. A macrorregião inclui cidades que têm vagas de terapia intensiva, como Coxim, Chapadão do Sul, Costa Rica e Jardim –que deve inaugurar leitos nos próximos dias, em meio a impasse entre Prefeitura e Estado sobre o custeio das vagas.

A ocupação chega a 57% na macrorregião de Dourados, 27% na de Três Lagoas e 90% na de Corumbá.

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