Em meio a uma das secas mais severas em 110 anos, o enfrenta uma situação inusitada, conforme especialistas. O nível de -11 centímetros medido pela régua de feita pelo 6º Distrito Naval pode alcançar os -50 até o fim de outubro, prejudicando a navegabilidade do rio. A situação se agrava a cada dia mais, em consequência da falta de e queimadas que atingem a região.

O número entra para a lista das piores secas da região. Conforme dados da sala de situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de ), que controla os níveis dos rios do Estado, em setembro de 1910, o rio chegou a -48. “A situação está se repetindo, sendo uma das maiores secas da bacia pantaneira”, destacou o analista de recursos hídricos, Lincoln Curado.

Após isso, a bacia pantaneira teve outras quatro secas. Em 1964, o rio atingiu a marca de -61 – a mais severa até então -, conforme as estatísticas. “Em seguida tivemos, a marca de -53 em 1967 e 1969”, revela o analista. Em seguida, o ano de 1971 registrou a marca de -57, de acordo com a régua de Ladário.

Lincoln afirma que até o final do mês de outubro a situação não é nada animadora, já que os acumulados de chuva esperados são baixos, aliados as intensas queimadas na região. “É o ciclo hidrológico, que se agrava pela ação do homem”, frisa.

Prejuízo econômico

A baixa no rio também tem contribuído para a paralisação da navegação na hidrovia Paraguai-Paraná, o que prejudicou a importação. Na semana passada, uma conferência virtual realizada pela ANA (Agência Nacional de Águas), discutiu o tema. Dados da Embrapa Pantanal apontam prejuízos econômicos para pecuária e comunidades ribeirinhas.

A hidrovia vivencia grande restrição e na captação de água para abastecimento, o que gera preocupação para município de Corumbá. Também o Paraguai, um país que depende muito da importação. Por não ter saída para o mar, muitos produtos chegam por embarcações pelo Rio Paraguai. Esse tipo de transporte está afetando o preço das importações.

“Em primeiro lugar, o transporte, porque o Rio Paraguai é uma via de transporte de carga e, com estes níveis, a circulação está restrita a certos tipos de embarcação. O volume de transporte diminuiu muito”, explica o gerente de Previsões Hidrológicas da Diretoria de Meteorologia e Hidrologia do Paraguai, Max Pasten.

O custo do transporte por hidrovia aumentou e, com as dificuldades, estão sendo utilizados mais caminhões para o transporte de carga. “Sabemos que o frete terrestre tem um custo muito mais elevado, e isso implica nos custos finais dos produtos importados, que terão um aumento bastante relevante”.