Residentes na linha de frente contra o coronavírus relatam atraso nas bolsas federais
Médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, assistentes sociais e outras categorias de residentes que, em geral, estão no primeiro ano de atividades e foram recrutados para atuarem na linha de frente do combate ao novo coronavírus (Covid-19) relatam atrasos de até um mês e meio no pagamento das bolsas de auxílio. Uma das entidades que representam parte […]
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Médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, assistentes sociais e outras categorias de residentes que, em geral, estão no primeiro ano de atividades e foram recrutados para atuarem na linha de frente do combate ao novo coronavírus (Covid-19) relatam atrasos de até um mês e meio no pagamento das bolsas de auxílio. Uma das entidades que representam parte das categorias apontou “inconsistência de dados bancários” para justificar o atraso, com previsão de normalização após correção de dados bancários, e promessa de pagamentos no início de maio.
Na residência, os profissionais montam um vínculo contratual exclusivo, que os proíbe de ter um segundo emprego.
A ANMR (Associação Nacional de Médicos Residentes) havia contabilizado 200 relatos sobre os atrasos, mas em redes sociais residentes divulgaram tabela com quase 500 nomes –a categoria considera que, somando-se aqueles que ainda não se manifestaram, o número é ainda maior.
A situação também já teria chegado à comissão externa da Câmara dos Deputados que trata da Covid-19, em documento no qual residentes relatam o atraso nos pagamentos há um mês e meio, escassez de EPIs (equipamentos de proteção individual) e risco de contágio.
Entre os casos contabilizados pela reportagem está a situação de três profissionais de saúde que dividem a mesma casa em Porto Alegre (RS), dos quais apenas um recebeu o pagamento.
Quatro prazos
Na segunda-feira (13), o Ministério da Saúde havia enviado e-mails às Comissões Estaduais de Residência Médica solicitando dados pessoais e bancários dos residentes que não receberam a bolsa. Os prazos para pagamento foram fixados nos dias 5, 14, 17 e 22, sendo que os três primeiros já foram descumpridos.
Na quarta-feira (15), a ANMR questionou sobre a situação em reunião em Brasília. No mesmo dia, o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que integra a comissão da Covid-19 na Câmara, pediu detalhes sobre a situação ao Ministério da Saúde. No dia seguinte à solicitação, Luiz Henrique Mandetta foi substituído por Nelson Teich no comando da pasta.
Em comunicado na sua página nas redes sociais, a ANMR informou ter recebido comunicação de que residentes matriculados até 29 de fevereiro deveriam ter recebido no início de abril. “Se alguém não recebeu, entrar em contato pelo e-mail [email protected]
Parece haver uma inconsistência nos dados bancários, por isso a demora”, alegou a entidade.
Residentes matriculados a partir de 1º de março receberão em maio, conforme a entidade. O Ministério da Saúde não respondeu aos questionamentos do UOL até a veiculação desta reportagem.
O Ministério anunciou há poucos dias bonificação de R$ 667, por seis meses, para incentivar os residentes a atuarem contra o coronavírus.
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