Foram lançadas nesta quinta-feira (5) ações estratégicas de incentivo à reabilitação de dependentes químicos em situação de rua em . As ações do PAIC (Programa de Ação Integrada e Continuada) custeiam 130 vagas para o tratamento de dependentes químicos em sete comunidades terapêuticas da Capital. Além disso, algumas comunidades terão aulas da EJA (Educação para Jovens e Adultos) e atividades com horta orgânica para reinserção das pessoas no mercado de trabalho.

Programa financia tratamento de dependentes químicos em comunidades terapêuticas
Fernanda comemora a mudança de vida. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

Fernanda Matarazzo, de 31 anos, é uma das pacientes de uma comunidade terapêutica e conta que, com o auxílio da Prefeitura, pode sair das ruas. Ela conta que viveu por seis anos nas ruas de Campo Grande e que já não tinha autoestima e vontade de viver por conta da dependência da pasta-base.

Com o projeto, Fernanda pode começar gratuitamente o tratamento, que já dura quatro meses. “Eu vivia em uma degradação total, pedindo comida e dinheiro nas ruas. Agora vivo bem, estou pensando no meu futuro, quero retomar minha vida e voltar a trabalhar como cabeleireira”, conta.

Para participar o projeto, o morador de rua deve querer, já que o programa não faz internações compulsórias. “Fui eu quem tomou essa decisão. Eu via pessoas que gostavam de mim, elas falavam para eu sair dessa vida, foi quando eu procurei o Centro POP”, diz Fernanda.

Programa financia tratamento de dependentes químicos em comunidades terapêuticas
Fernanda explica que ações foram ampliadas. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

É o Centro POP que recebe os moradores de rua que querem ser encaminhados para o tratamento em uma comunidade terapêutica. A coordenadora do POP Rua, Bárbara Rodrigues, ressalta que são 130 vagas disponibilizadas pela Prefeitura, com o custeio de R$ 1 mil por vaga.

“A novidade é que agora ampliamos as vagas para o EJA nas comunidades. São 45 novas vagas e nesse projeto a (Secretaria Municipal de Educação) faz a avaliação e vê o grau de escolaridade. Temos o nível inicial, intermediário e avançado”, ressalta.

Rodrigues ainda cita o projeto de hortas orgânicas, quando os pacientes têm a oportunidade de cultivar os hortifrutis que servirão de alimento para a própria comunidade e também podem vender por meio do ônibus Saladão.

Programa financia tratamento de dependentes químicos em comunidades terapêuticas
Marquinhos ressalta que não há uso de força para internações. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

No evento nesta quinta-feira (5), o prefeito (PSD) frisou que são várias secretarias envolvidas no projeto, como de Educação, Direitos Humanos, Saúde e Assistência Social. Ele também ressaltou que não há uso da força para as internações. “Não vamos usar cassetete, nós vamos dar a mão e orientar. Queremos devolver os sonhos a estas pessoas”.

A presidente da Jaboque, uma das comunidades contempladas, conta que os pacientes passam por tratamentos que duram cerca de nove meses. “Temos um cronograma diário, com refeição, terapeuta, psicólogo e assistente social. A demanda é grande e por muito tempo lutamos sozinhos, mas agora temos este apoio da Prefeitura e conseguimos ajudar mais pessoas”, diz Scheila Mateus.