Sem dinheiro para máscaras, desempregados enfrentam filas pelo auxílio de R$ 600 em Campo Grande
Evitar aglomerações e usar máscara de proteção são duas recomendações do Ministério da Saúde como forma de combater a propagação e contágio do novo coronavírus. Mesmo assim, com o saque do auxílio emergencial, há filas enormes nas portas das agências da Caixa e muitas pessoas que ainda não adotaram ao uso da máscara, conforme confirmado […]
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Evitar aglomerações e usar máscara de proteção são duas recomendações do Ministério da Saúde como forma de combater a propagação e contágio do novo coronavírus. Mesmo assim, com o saque do auxílio emergencial, há filas enormes nas portas das agências da Caixa e muitas pessoas que ainda não adotaram ao uso da máscara, conforme confirmado nesta quinta-feira (30) pela reportagem do Midiamax.
Na agência que fica no cruzamento da Rua Treze de Maio com a Marechal Rondon, havia nesta manhã uma fila de praticamente um quarteirão. A maioria das pessoas aguardando para conseguirem sacar o auxílio emergencial, mas também outras que buscavam outros tipos de atendimentos. Mesmo com a quantidade de pessoas no local, nem todas utilizavam máscaras.
Rosimar Gomes, de 42 anos, autônoma, estava acompanhada da filha de 15 anos e as duas utilizavam máscaras. Ela contou ao Midiamax que a filha tem baixa imunidade e faz tratamento na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e por isso tem muito medo por causa do coronavírus. “Tenho muito medo de precisar internar e não ter onde ficar, não ter respirador”, contou.
Ela ainda disse que desde o início da pandemia adotou as medidas recomendadas para prevenção, como o uso da máscara e de álcool em gel para higienizar as mãos e leva sempre um álcool na bolsa. Ela também lava todas as roupas que estava usando assim que chega em casa. “Não sei se é o suficiente, mas uso a máscara porque é o que foi orientado”. Já Bira Queiroz, 22 anos, estava sem máscara, mas contou que não tem condições financeiras para comprar o equipamento de segurança.
Segundo o rapaz, que atualmente está desempregado, ele estava na fila justamente para conseguir o auxílio emergencial, já que está sem recursos. “Eu acho que protege mais ou menos, mas não 100%”, disse sobre o uso do equipamento. “Estou desempregado, sei que tenho riscos, mas não tem outro jeito”, afirmou Bira. Ele ainda revelou que mora sozinho, mas por conta da pandemia já não visita mais a mãe, de 53 anos, e só fala com ela por vídeo-chamada.
Jonas Taporla, 24 anos, também estava na fila e utilizando a máscara. “Estou usando para não transmitir, assim me protejo e protejo outras pessoas”, ele disse que começou a usar o equipamento de segurança desde o início da pandemia, porque trabalha em um salão de beleza e o uso era obrigatório. “Tenho medo, até na minha casa evito o contato físico”, contou. Jonas também lamentou por não poder abraçar as pessoas próximas, como era acostumado a fazer.
Aos 42 anos, a autônoma Cristiane Rodrigues também foi vista sem máscara pela equipe de reportagem, mas disse que era a primeira vez desde o início da quarentena que saiu de casa. “Não tenho medo de pegar, pois só saí hoje para resolver um problema no banco”, falou sobre o coronavírus. Ela também disse que não tem medo mesmo com a fila, com várias pessoas, e tem até receio de contrair a doença, mas não vê problemas em não usar a máscara.
O vendedor de máscaras Cícero Firmino, de 57 anos, contou ao Midiamax que já não vende mais tantos equipamentos como no início da pandemia. “No começo todo mundo comprava, agora já tem certa resistência”, disse. Ele vende máscaras de algodão, camada dupla, a R$ 5 e disse que no início chegava a vender 150 máscaras por dia, mas hoje o número de vendas chega a 80, 90 por dia.
“Ainda estou vendendo bem, mas não é como no começo. Mesmo assim as pessoas vão comprando e guardando, tem gente que compra de 5 a 6 máscaras, creio que deve estar pensando na família”, contou o vendedor.
Uso obrigatório de mascaras
Na segunda-feira (27), o prefeito Marquinhos Trad (PSD) afirmou que pode tornar obrigatório o uso de máscaras de proteção em shoppings, no mercadão, camelódromo, ônibus e locais fechados em geral onde há grande circulação de pessoas. A informação foi transmitida em live, após o anúncio da compra de 1,3 milhão de máscaras, que devem ser entregues aos poucos em Campo Grande.
O uso do equipamento ainda não é obrigatório, mas é uma recomendação feita pelo Ministério da Saúde para evitar tanto a transmissão quanto o contágio pelo coronavírus.
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