‘No limite’, Saúde abre mais 10 leitos de UTI no Pênfigo e prepara novas vagas no HR
Vagas de UTI vão ajudar a evitar a sobrecarga no sistema; secretário adverte que começam a faltar profissionais para atuar nas vagas.
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Prefeitura de Campo Grande e Governo de Mato Grosso do Sul devem colocar em operação na segunda-feira (10) mais 10 leitos de UTI, a fim de abrir vagas de terapia intensiva e reduzir a pressão causada pela pandemia de coronavírus (Covid-19) no sistema de Saúde Pública. Ao mesmo tempo, o Estado adverte que chegou ao limite da possibilidade de abertura de postos de atendimento por não haver mais especialistas disponíveis.
A confirmação partiu do secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, durante transmissão neste sábado (8) que atualizou os dados do coronavírus em Mato Grosso do Sul –com mais de 30 mil infectados e quase 500 óbitos causados pela doença.
Os leitos a serem instalados no Hospital do Pênfigo são resultado de doação do frigorífico JBS –que entregou equipamentos para a Saúde Pública em diversas cidades. “Além disso, ampliamos com equipamentos da SES mais 10 leitos no Hospital Regional em Campo Grande”, antecipou o secretário. Neste caso, discute-se a pactuação com a Prefeitura de Campo Grande para contratação de equipes que ficarão responsáveis pelas vagas.
Geraldo explicou que a abertura das novas UTIs ajudará a evitar que, em Campo Grande, seja registrada situação similar à que enfrentaram capitais do Norte e Nordeste, quando faltaram vagas de terapia intensiva em meio ao aumento nos casos de Covid-19. Neste sábado, o Estado totalizou 527 internações por coronavírus (521 de pacientes locais e 6 de outros Estados).
Apesar da abertura de novos leitos, o titular da SES salientou que a Saúde Pública chegou ao limite de vagas por falta de pessoal disponível na rede de Saúde –como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros com especialização para atuar em terapia intensiva.
“Não existem mais recursos humanos preparados, qualificados e treinados para abrirmos novos leitos de UTI. O município já enfrenta dificuldade até para cumprir com o compromisso que assumiu conosco, de colocar recursos humanso no Hospital Regional para abrir uma nova ilha de leitos de UTI. Todos os municípios sofrem com essa dificuldade”, declarou.
Geraldo lembrou que, antes dessa fase, foi acertada a abertura de mais 10 leitos de UTI no Hospital José de Simone Netto, em Ponta Porã, evitando que pacientes da cidade sejam referenciados para Dourados ou a Capital –também foram abertos 20 leitos clínicos na unidade, que agora tem 40 no total.
Ele ainda lembrou que foi inaugurada, recentemente, a ampliação do Hospital de Amambai e discute a abertura de mais vagas em São Gabriel do Oeste, na macrorregião de Campo Grande, o que também “ajuda” a Capital a não sobrecarregar seus leitos com pacientes de outras cidades e favorece os pacientes, que não precisarão se deslocar por grandes distâncias em busca de tratamento especializado
A falta de vagas em terapia intensiva foi um dos motivos que levaram a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul a pleitear judicialmente a imposição de um lockdown de 14 dias na cidade, mantendo apenas serviços essenciais ativos. A Prefeitura de Campo Grande, por sua vez, manifestou-se contra, apontando que, em conjunto com os leitos contratados na rede privada, a taxa de ocupação de UTIs é próxima a 80%. Audiência de conciliação entre as partes não resultou em acordo.
Na tarde de sexta-feira (7), boletim da Secretaria Municipal de Saúde confirmou 12.330 casos positivos de coronavírus em Campo Grande, dos quais 10.189 pacientes já se recuperaram. Há 1.676 pacientes em isolamento domiciliar e 290 internados (139 em UTI), além de 175 mortes.
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