Com mais de 450 casos do novo coronavírus (CoVid-19), entre os quais há registro de 12 óbitos, a Itália ganhou holofotes do mundo inteiro na última semana e colocou o continente europeu definitivamente na rota da infecção. Foi lá, a propósito, que ocorreu a infecção do primeiro brasileiro com a doença, que mudou os protocolos do país para contenção do coronavírus.
Na região sul do país está uma família campo-grandense há cerca de um mês . A jornalista e genealogista Tatiana Marin, seu esposo Pedro e os filhos adolescentes Pedro e Giovanna agora estão em Cosença, onde ainda não há registro de coronavírus. Em meio à formação de uma espécie de caos, Tatiana narrou ao Jornal Midiamax como tem sido a rotina da família.

Até a quarta-feira (26), apenas três casos na região sul da Itália haviam sido notificados, nenhum em Cosença. Mas, aos poucos, as rotinas começam a ser afetadas e trazem a sensação de que a chegada do vírus por lá é uma questão de tempo. Para Tatiana e sua família, a prevenção se tornou a melhor opção.
“Apesar de estarmos longe da região onde houve o surto, a gente fica meio apreensivo, prestamos atenção nos noticiários e percebemos que tem bastante alarmismo, pessoas bem preocupadas, principalmente no norte da Itália. Estamos nos precavendo do jeito que dá, evitando aglomerações e usando álcool gel”, conta a jornalista.
Para a família, passeios turísticos estão suspensos até que a situação do surto se estabilize no país. “Tudo ainda está meio desencontrado, meio incerto. E ainda temos a barreira da língua”, relata Marin. Segundo ela, o prefeito da cidade de Cosença já decidiu fechar as escolas em decorrência do coronavírus, como medida preventiva.
“E está tendo muitas fake news. Como a gente está aqui há pouco tempo, ainda não dá para identificar o que é oficial e o que não é”, descreve Tatiana Marin. “A gente se apoia nos amigos brasileiros e italianos, que ajudam a gente a identificar o que é real e o que não é”, conta.
Além das notícias falsas e da tensão no país, Tatiana também relata que foi constatada fiscalização ineficiente no aeroporto próximo, onde costumam desembarcar passageiros vindo da região do surto.
“Aqui no sul as pessoas estão um pouco preocupadas, mas nas ruas ainda não vemos ninguém de máscara. Os supermercados estão abastecidos, ainda não parece que tem pessoas se preparando para um caos. Por outro lado, temos relatos de que o norte já sofre com desabastecimento”, conclui.