Música ao vivo em botecos faz coronavírus ‘explodir’ em Campo Grande e Semadur pede suspensão
Devido à aceleração no número de casos de coronavírus no mês de junho, um estudo foi realizado para verificar as possíveis causas e apontar medidas para achatar a curva de contágio em Campo Grande. A análise feita pela equipe da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) aponta que a liberação de apresentações […]
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Devido à aceleração no número de casos de coronavírus no mês de junho, um estudo foi realizado para verificar as possíveis causas e apontar medidas para achatar a curva de contágio em Campo Grande. A análise feita pela equipe da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) aponta que a liberação de apresentações artísticas em locais como bares e restaurantes pode ter influenciado aglomerações e, consequentemente, o aumento de casos de coronavírus na Capital. A análise foi entregue ao prefeito Marquinhos Trad (PSD).
Inicialmente, o número de casos confirmados acompanhava o número de pacientes curados, entretanto, a situação começou a mudar. Conforme dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), até segunda-feira (6), Campo Grande registrou 3.229 casos, sendo 2.179 pacientes recuperados. O estudo aponta que o descolamento destes dois parâmetros começou a acontecer duas semanas depois da liberação de atividades de entretenimento na Capital. Dados da fiscalização ainda indicam aumento de denúncias e desobediência, como aglomerações em festas clandestinas e bares.
O que se observou nas fiscalizações foi uma série de problemas nos estabelecimentos: as pessoas não respeitam o distanciamento, não usam máscaras devido ao consumo de alimentos e bebidas, e além disso, o tempo de exposição das pessoas é maior durante apresentações artísticas. Vale lembrar que não foram poucas as denúncias sobre aglomeração em bares e até festas clandestinas realizadas na Capital. As denúncias acontecem principalmente aos fins de semana.
A falsa sensação de normalidade na população refletiu nos leitos nos hospitais: no dia 1º de junho, havia nove pacientes internados com coronavírus. No dia 1º de julho, o número saltou para 84 leitos ocupados. No dia 6 de julho, já aumentou para 120 leitos ocupados.
Diante a situação, o estudo recomenda uma série de medidas a serem tomadas em Campo Grande para o achatamento da curva de contágio. A primeira medida seria a imediata suspensão das apresentações artísticas, com reavaliação após 15 dias de acordo com a taxa de transmissão de coronavírus.
Outras recomendações são do retorno do toque de recolher das 22h às 5h; avaliar a redução na taxa de ocupação dos estabelecimentos comerciais para 30%; parar as atividades não-essenciais por 15 dias caso haja uma mudança na classificação estadual do município para bandeiras vermelha e preta.
Sobrevivência
O presidente da União dos Músicos de MS, Cristiano Roberto Constantino, explica que não é justo que apenas o setor artístico pare as atividades por conta da pandemia. Ele ressalta a classe acredita na importância da prevenção ao vírus, mas é preciso dar alternativas aos músicos.
“É complicado, fechar e nos deixar sem trabalhar, sem segunda opção, sem ajuda. [Sobre a fiscalização], não tem como o músico sair do palco e policiar a pessoa que está no bar. Isso é papel do bar, não de quem está tocando”, diz.
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