Mais um beneficiário do Auxílio Emergencial pago pelo Governo Federal durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) informou à redação do Jornal Midiamax que teve os recursos a ele destinados movidos sem sua autorização nesta quarta-feira (3). Desta vez, os R$ 600 da segunda parcela teriam sido usados em três operações por maquininhas de cartão sem o conhecimento do titular durante o dia anterior (terça-feira, 2).

Rubens Vidal Dutra, 53, atua no ramo de gás, gelo e locação de mesas e cadeiras e, com a queda no movimento de seus negócios por conta da pandemia, solicitou e foi aprovado para o recebimento do auxílio de R$ 600. “Minha filha que instalou o aplicativo para mim. Depois, quando tentou entrar, não conseguiu mais acessar. Parece que outra pessoa tinha colocado outro e-mail e o celular dele. Quando fui hoje cedo na Caixa [Econômica Federal] a menina puxou [as informações] e mostrou que foram feitos três saques ontem: um de R$ 50, um de R$ 30 e outro de R$ 510”, afirmou.

Dutra teve os valores liberados para uso no dia 27 e esperava que, a exemplo do que ocorreu na primeira parcela de pagamento, o dinheiro fosse transferido diretamente para sua conta-poupança na Caixa. “No mês passado caiu direto, pensei que ia ser assim de novo. Em maio, recebi normal”, afirmou. Ele ainda disse que havia atestado o crédito pelo aplicativo Caixa Tem.

Na agência da CEF da , no Universitário, Dutra recebeu a orientação de procurar a Polícia Civil para registrar a ocorrência e, em seguida, retornar ao banco para outros procedimentos. A exemplo de outro beneficiário que também disse ter os valores movidos, ele não conseguiu fazer o registro em uma delegacia da Vila Piratininga. Contudo, foi orientado para procurar a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, onde lavrou o Boletim de Ocorrência.

Ao constatar o problema, Rubens Dutra lamentou. “No mês passado o dinheiro ajudou à beça. Meu ramo parou, não tem festa mais para vender ou alugar, então não tive mais renda. Até agora está meio parado. O dinheiro ajudou muito com a comprinha, paguei minha , e já ia fazer o mesmo este mês”.

Como agir em caso de fraude no Auxílio Emergencial

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Dutra afirma que foram feitas três operações sem seu conhecimento. (Foto: Fala Povo)

A (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) explicou que possíveis fraudes no uso de recursos do Auxílio Emergencial podem ser denunciadas às Depacs Centro ou Tiradentes (Cepol), em , ou nas demais unidades da Polícia Civil pelo interior.

O denunciante deve portar todos os documentos pessoais e um comprovante bancário que ateste a movimentação indevida. Se possível, deve informar o terminal (caixa) no qual ocorreu o saque e dar todas as informações que possuir às autoridades.

Já o Ministério da Cidadania recomendou que suspeitas de fraude no pedido do auxílio com o uso dos dados podem ser dirimidas ao consultar a página do programa na internet.

Na página, devem ser informados CPF, nome completo, nome da mãe e data de nascimento. No endereço, serão fornecidas 5 respostas possíveis para o pedido que ajudarão a compreender se houve problemas no cadastro: Benefício Aprovado (autorizado o pagamento), Benefício Não Aprovado (para pessoas não elegíveis), Requerimento Não Encontrado (n o caso de o documento não ter sido recebido pela Dataprev), Requerimento Retido (sob novo processamento) e Dados Inconclusivos (quando há problemas nos dados).

Se, após a conferência, for apontado que não há problemas cadastrais e persistirem as suspeitas de fraude, denúncias podem ser registradas pela internet no sistema Fala.BR, plataforma integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação da CGU (Controladoria-Geral da União) ou pelos telefones 121 ou 0800-7070-2003.

O aplicativo Caixa Auxílio Emergencial presta informações sobre o cadastro e pagamentos, que podem ser conferidas ainda no site http://www.auxilio.caixa.gov.br e na central telefônica 111. O banco também fornece detalhes em suas contas no TwitterFacebookInstagram e Youtube.