Família denuncia e diz que médico ignorou tumor em paciente que morreu com câncer

Depois de ver a irmã morrer após esperar uma ambulância por 7 horas, Janete da Silva procurou a reportagem do Jornal Midiamax para denunciar o descaso que Ilza Cristina da Silva Catarino, 50 anos, passou ao descobrir que tinha câncer de mama. Na segunda-feira (13), ela passou mal e foi levada às 13h à UPA […]

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Depois de ver a irmã morrer após esperar uma ambulância por 7 horas, Janete da Silva procurou a reportagem do Jornal Midiamax para denunciar o descaso que Ilza Cristina da Silva Catarino, 50 anos, passou ao descobrir que tinha câncer de mama. Na segunda-feira (13), ela passou mal e foi levada às 13h à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida.  Lá, ela ficou até às 20h até ser levada ao Hospital de Câncer Alfredo Abrão.

“O câncer dela progrediu porque o médico não acompanhou, ele ignorou um caroço que ela tinha no pulmão, disse que não precisava se preocupar, que estava adormecido e a liberou”, relata Janete.

Segundo a irmã da vítima, após passar por procedimento há cerca de dois anos para retirar nódulos na mama e na axila, o médico minimizou um caroço no pulmão de Ilza e teria liberado a paciente, classificando-a como curada. “Não existe isso, não fez quimioterapia, não monitorou”, reclama Janete.

A assessoria de comunicação do hospital informou que que atenderá os familiares da vítima que entrarem em contato, para esclarecer os questionamentos sobre o ocorrido.

Histórico

Tudo começou quando Ilza foi diagnosticada com câncer de mama, há cerca de dois anos. Após exames, ela se submeteu a um procedimento cirúrgico e retirou nódulos na mama e axila, segundo a irmã.

Janete relata que, após a cirurgia, o doutor do Hospital Alfredo Abrão analisou os exames e disse que havia uma “manchinha” no pulmão, mas que “pode ficar despreocupada, porque está adormecido, não vai atrapalhar em nada”, lembra Janete.

Sem retorno e sequer um acompanhamento, segundo a família, Ilza foi liberada e considerada “curada” pelo médico.

Assim, entre idas e vindas ao hospital, Ilza ficou até fevereiro deste ano, quando começou a ter tosse frequente e forte, fora do normal. “Eu mesma marquei uma consulta para ela no hospital”, conta Janete.

Ao realizar exames, um outro médico detectou um derrame pleural na paciente, que é quando há acúmulo de líquido entre os tecidos que revestem os pulmões e o tórax. Uma das causas é o câncer.

No mês passado, Ilza conseguiu realizar um procedimento para a retirada do líquido e para coletar material para biópsia. “Até então não estávamos sabendo de câncer no cérebro, era só no pulmão”, declarou.

O câncer no cérebro só foi detectado quando a paciente começou a perder o apetite. Então, foi realizado tomografia. “Os médicos ficaram assustados, o câncer se alastrou por todo o cérebro”, disse. Diante do histórico e do triste desfecho da história, Janete declara que vai levar o caso à Justiça.

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