Diagnosticar e monitorar a infeção em cães e gatos de tutores positivados para a Covid-19 é apenas um dos objetivos do “Estudo multicêntrico para a vigilância de SARS-CoV-2 em animais de companhia com interface à Saúde Única (PetCOVID-19 Study): coorte prospectiva de mamíferos domiciliados para avaliação de risco de transmissão zooantroponótica no Brasil”, que na UFMS tem a participação de grupos de pesquisa do curso de Medicina Veterinária (Famez) e Medicina (Famed).

O rastreamento será feito em cem animais em . Outros 900 bichanos serão analisados em Belo Horizonte, Cuiabá, , Recife e São Paulo, sendo que a definição do número amostral leva em conta o número de indivíduos positivos no trimestre anterior à coleta, considerando aproximadamente 10% do total de casos em humanos. A coordenação geral é da Federal do Paraná.

“Nós queremos entender como as pessoas conseguem transmitir para os seus pets – cães e gatos o vírus e para isso, iremos fazer a coleta na casa das pessoas, preferencialmente, em estágio ativo da doença, estando o tutor em isolamento social”, diz a coordenadora local do projeto, professora Juliana Galhardo (Famez).

Os tutores voluntários devem ter diagnóstico laboratorial confirmado para SARS-CoV-2 por RT-qPCR ou resposta imunológica apenas por IgM (caracterizando doença ativa), até sete dias da data do diagnóstico. Se não houver número suficiente nesse perfil, outras pessoas que já tiveram a doença poderão ser também voluntárias.

A coleta nos animais será feita em duas oportunidades, sendo a segunda duas semanas após a primeira. Os pesquisadores irão coletar amostras de sangue e swab para teste de anticorpos e molecular. A expectativa é iniciar o trabalho em novembro, entrando no mês de dezembro, e ainda este ano divulgar os resultados.

Os pesquisadores querem ainda “comparar e determinar as características ambientais e outros fatores associados à infecção nos animais positivos, em diferentes regiões brasileiras e, por fim, propor um fluxograma padrão e proposta de ações para o controle da Covid-19 em animais de estimação em parceria com órgãos de vigilância em saúde, em especial vigilância ambiental e zoonoses, e atenção primária, nas diferentes regiões do Brasil”.

Recentemente, em Mato Grosso, foi identificado um caso de felino com o vírus, transmitido por seu tutor, sendo o único registrado no Brasil. A professora Juliana lembra que não há qualquer caso de transmissão de de pets para humanos, ou entre pets e que, por isso, não há qualquer motivo para abandono dos animais. Em breve serão divulgados o e-mail para registro dos voluntários e os detalhes das regras para participação. (Informações da assessoria)