Emerson ganha novo coração em retorno de cirurgias de transplante na Santa Casa
A Santa Casa de Campo Grande retornou neste domingo (5) a fazer cirurgias de transplante cardiovascular, após 7 anos. Emerson Jaime de Lima,37, recebeu um coração novo e está em recuperação da cirurgia que foi bem sucedida. O paciente tinha apenas 10% do órgão ativo antes de receber a doação. Conforme a assessoria do hospital, […]
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A Santa Casa de Campo Grande retornou neste domingo (5) a fazer cirurgias de transplante cardiovascular, após 7 anos. Emerson Jaime de Lima,37, recebeu um coração novo e está em recuperação da cirurgia que foi bem sucedida. O paciente tinha apenas 10% do órgão ativo antes de receber a doação.
Conforme a assessoria do hospital, a cirurgia mobilizou cerca de 30 profissionais do centro cirúrgico da unidade. O doador teve morte encefálica após sofrer traumatismo cranioencefálico grave e a família optou pela doação. Outros três pacientes eram preparados quase que simultaneamente para receber o coração e os rins doados.
Emerson estava internado há 86 dias e aguardando na fila de transplante desde janeiro. Ele sofria de insuficiência cardíaca grave e, ao longo dos anos, passou por várias cirurgias para reduzir a evolução da doença. Sem conseguir trabalhar e manter a rotina com a família, o coração dele tinha apenas 10% de atividade cardíaca, o normal é no mínimo de 60%.
“Ele estava usando remédios venosos para ajudar o coração. Todos os órgãos estavam afetados por esse mau funcionamento e ele poderia não resistir muito tempo. É um caso grave que poderia nem sair da sala cirúrgica. O paciente superou esta etapa e teve a evolução esperada”, ressaltou o médico responsável por conduzir o transplante.
Profissionais envolvidos no caso de Emerson informaram que ele já havia feito outras três cirurgias que resultaram em cicatrizes, o que acabou dificultando a operação. O transplante durou cerca de seis horas. O paciente já está respirando sem auxílio de aparelhos e se prepara para deixar a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) nos próximos dias.
“Atualmente, outros quatro pacientes, todos de Campo Grande, aguardam na fila do transplante de coração em tratamento clínico, de acordo com dados da Central de Transplantes do Estado de Mato Grosso do Sul. A maior dificuldade para realizar as cirurgias a tempo de salvar vidas tem sido a recusa familiar em doar os órgãos, aponta a Organização de Procura de Órgãos no Estado (OPO). A equipe da OPO registrou, somente neste ano, de janeiro a marco, 35 possíveis doadores de órgãos em MS e, em 23 deles os familiares não autorizaram a doação, uma recusa de 65% dos casos”, ressalta o hospital.
Conforme o cirurgião cardiovascular Dr. Carlos Ildemar de Campos Barbosa, responsável por conduzir o transplante cardíaco, a doação de órgãos é uma das decisões mais importantes e pode salvar vidas.
“Para mim o transplante é um conflito porque não podemos esquecer nunca que nós perdemos uma vida, neste caso um jovem vítima de um acidente de trânsito. Eu espero que uma hora a ciência evolua com a criação de dispositivos artificiais que venham a substituir plenamente o funcionamento de órgãos vitais. Mas enquanto isso não é possível, contamos com a solidariedade das famílias em salvar vidas”, concluiu.
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