Em disputa acirrada, Viradouro conquista carnaval do Rio pela segunda vez

Ao final de uma apuração emocionante decidida apenas no último dos nove quesitos, a Unidos do Viradouro sagrou-se campeã do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro em 2020. A escola apresentou um enredo sobre as Ganhadeiras de Itapuã, dos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon. É o segundo título da escola, que […]

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Ao final de uma apuração emocionante decidida apenas no último dos nove quesitos, a Unidos do Viradouro sagrou-se campeã do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro em 2020. A escola apresentou um enredo sobre as Ganhadeiras de Itapuã, dos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon. É o segundo título da escola, que já foi campeã em 1997, quando o carnavalesco era Joãosinho Trinta.

 

Confira a classificação das escolas do carnaval do Rio 2020:

 

1º Viradouro – 269,6 (Campeã)

 

2º Grande Rio – 269,6

 

3º Mocidade – 269,4

 

4º Beija-Flor – 269,4

 

5º Salgueiro – 269

 

6º Mangueira – 268,9

 

7º Portela – 268,8

 

8º Vila Isabel – 268,6

 

9º Unidos da Tijuca – 267,6

 

10º São Clemente – 267

 

11º Paraíso de Tuiuti – 266,2

 

12° Estácio de Sá – 264,7 (Rebaixada)

 

13º União da Ilha – 264,2 (Rebaixada)

 

“No final, cada escola foi punida onde deveria, todas as escolas perderam pontos. E felizmente conseguimos levar o título para Niterói”, afirmou o presidente da Viradouro, Marcelo Calil Petrus Filho, após a apuração.

O enredo da escola campeã falou sobre as mulheres escravizadas que no século XIX vendiam comida e lavavam roupas na lagoa do Abaeté, em Salvador – com o dinheiro arrecadado, elas compravam a liberdade de outras mulheres submetidas ao cativeiro. De refrão chiclete, o samba era entoado à capela em dois trechos e conquistou a plateia. As alegorias e fantasias eram muito luxuosas e caprichadas.

A Grande Rio ficou em segundo lugar, com o mesmo número de pontos (269,6), mas com menos pontos no quesito de desempate. A escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, liderou a disputa até o penúltimo quesito, evolução, no qual acabou punida pelo problema que teve durante o desfile no primeiro carro alegórico.

O carro era acoplado (dois veículos interligados) e precisou ser separado para conseguir fazer a curva para passar da avenida Presidente Vargas à Marques de Sapucaí. Com isso, abriu extenso espaço entre os componentes, o que lhe rendeu a perda de 3 décimos e da liderança no quesito evolução.

A Mocidade Independente ficou em terceiro, com os mesmos 269,4 pontos da Beija-Flor, mas à frente no quesito de desempate. Até o penúltimo quesito, a disputa estava absolutamente indefinida entre quatro escolas, e ninguém se arriscava a comemorar. Foram rebaixadas e vão disputar a Série A (segunda divisão) em 2021 a União da Ilha e a Estácio de Sá.

O julgamento das agremiações sofreu alterações. Houve aumento de quatro para cinco jurados na avaliação de cada um dos nove quesitos, com eliminação da maior e menor nota em cada um deles. Até o ano passado, apenas a menor nota era desconsiderada na contagem final.

Expectativa era de disputa acirrada

Portela, Viradouro, Unidos da Tijuca, Vila Isabel e Salgueiro foram algumas das escolas que mais empolgaram o Sambódromo no desfile deste ano. A Portela desfilou quando já amanhecia, mas empolgou o público que ainda lotava as arquibancadas. À luz dos primeiros raios do sol, as cores das fantasias e os efeitos que os carros espelhados se destacaram, assim como as belas baianas de azul. A escola contou como era o Rio de Janeiro antes da chegada dos descobridores portugueses e fez crítica à destruição da natureza,

Apesar de chamar atenção com uma apresentação impactante por suas críticas sociais, a Mangueira fez uma apresentação morna e não empolgou a plateia como acontece tradicionalmente. Tanto o público como os integrantes da escola tiveram dificuldade de cantar o samba-enredo “A verdade vos fará livre”, que trouxe Jesus de várias formas em carros alegóricos impressionantes. A Mangueira teve também a má sorte de desfilar logo após a Viradouro, cujo samba tinha levantado o público na arquibancada.

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