Juan fugiu com família da fome na Venezuela e continua sem ter o que comer em Campo Grande

Há dois dias Juan Mendible, 41 anos, chegou em Campo Grande com a esposa e um filho de 10 anos. A família fugiu da Venezuela há 9 meses e já peregrinou por países, estados e cidades em busca de uma vida livre. “Sai da Venezuela porque não tínhamos comida e nem emprego. Não tinha condições […]

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Há dois dias Juan Mendible, 41 anos, chegou em Campo Grande com a esposa e um filho de 10 anos. A família fugiu da Venezuela há 9 meses e já peregrinou por países, estados e cidades em busca de uma vida livre. “Sai da Venezuela porque não tínhamos comida e nem emprego. Não tinha condições de sobreviver ali”, relatou ao Jornal Midiamax.

A família deixou para traz carro, casa e emprego. Juan é chefe de cozinha e cursava o 4° semestre de direito, mas atualmente prefere viver pedindo ajuda no Brasil. “Lá estávamos sendo perseguidos. Ninguém podia ser contra o governo que era executado. Não tinha comida, não tinha estrutura. As crianças recém-nascidas ficavam em caixas de papelão nos hospitais, nos mercados não tinha comida”, diz.

Com a mochila nas costas e acompanhado da esposa e da filha, Juan segura a plaquinha em que pede ajuda para comer na esquina da avenida Calógeras com a Fernando Correa da Costa.

“Nós passamos em mais de 10 cidades, saímos da Venezuela pedindo carona, passamos pelo Peru, chegamos na Bolívia e entramos no Brasil por Brasileia no Acre, depois chegamos no Mato Grosso e enfim Mato Grosso do Sul, mas nosso objetivo é chegar em Santa Catarina”, conta.

Juan acredita que em Santa Catarina ele terá mais oportunidades de emprego para conseguir sustentar a família. “Eu queria ficar em Rondonópolis por ter mais amigos lá, mas disseram que em Santa Catarina teremos mais oportunidades, então eu preciso de emprego para cuidar da minha família”, desabafa.

A família atualmente dorme em uma barraca e comem do que conseguem arrecadar no semáforo. “O frio não é problema, já estávamos acostumados. Estamos dormindo em uma barraca e comendo quando conseguimos dinheiro. Mas é melhor ficar aqui pedindo comida e viajando a pé do que voltar para a Venezuela na situação em que estávamos”, completa.

Quem quiser ajudar Juan e a família pode entrar em contato pelo telefone (67) 98402-3461.

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