Educadores reclamam de problemas em Ceims de Dourados

Professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) de Dourados,  ocuparam nesta segunda-feira (17), o plenário da Câmara de Vereadores para  “denunciar descaso”. Eles pedir apoio do Legislativo para a resolução do impasse criado pela falta de auxiliares dos professores que trabalham nos Ceims (Centros de Educação Infantil) e que segundo eles podem trazer riscos para […]

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Professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) de Dourados,  ocuparam nesta segunda-feira (17), o plenário da Câmara de Vereadores para  “denunciar descaso”. Eles pedir apoio do Legislativo para a resolução do impasse criado pela falta de auxiliares dos professores que trabalham nos Ceims (Centros de Educação Infantil) e que segundo eles podem trazer riscos para as crianças .

O presidente do Simted (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Dourados), Juliano Mazini usou a tribuna para denunciar o descaso da administração municipal. Segundo ele nesta segunda-feira (17) a categoria fez paralisação total e partir desta terça-feira inicia uma jornada reduzida até a situação seja resolvida.

De acordo com o Simted, o artigo 12, parágrafo 1º da deliberação 080 de 2014 do COMED prevê para a educação infantil que “em qualquer faixa etária as funções de educar e cuidar deverão ser exercidas pelo professor, acompanhado por um auxiliar em período integral”.

Durante pronunciamento dirigido aos vereadores, Mazini esclareceu que em Dourados,  o papel de auxiliar as professoras tem sido desempenhado por estagiárias. “No ano de 2018 começaram a nos relatar a diminuição do número de estagiárias e em 2019 a situação se agravou com salas que passaram boa parte do ano sem a presença de um auxiliar”.

No entendimento dos educadores,  isso demonstra que a situação infelizmente não é uma novidade e que não existe por parte da prefeitura e suas secretarias de educação e administração,  nenhuma ação no sentido de resolver tal problema.  “Temos exemplos de cidades próximas como Caarapó e Rio Brilhante que possuem no seu quadro de funcionários efetivos a figura do Auxiliar de Desenvolvimento Infantil”, afirmou Mazini.

Segundo o dirigente sindical, com isso surgem inevitavelmente algumas questões. “Por quê Dourados, cidade que é referência para a região, não trata com carinho as crianças da educação infantil e discute com seriedade a necessidade da presença de um auxiliar para cada sala de aula? Por quê não seguir os exemplos de cidades vizinhas e realizar concurso público para a contratação de auxiliares?”, questiona.

Vulnerabilidade

“Só conseguimos pensar em duas respostas para tais questionamentos: ou a prefeitura municipal trata com desprezo a educação infantil e por consequência despreza os nossos pequeninos ou ela acredita que uma professora, sozinha, seja capaz de cuidar e educar 9, 10 bebês”, afirma Mazini.

Para justificar a situação de vulnerabilidade das crianças atendidas nos Ceims de Dourados, o professor fez uma proposta. “Façamos o seguinte exercício: cada um de nós se veja responsável pelos cuidados de 10 bebês estando só. Quantos de nós aqui presentes pode dizer que tal tarefa seria executada com segurança e tranquilidade? Imagino que ninguém possa”, disse.

Segundo a professora de educação infantil do município, Roberta Martins,  a necessidade dos auxiliares sempre existiu. “O que acontece é que chegou um ponto que ficou insustentável. Fica humanamente impossível cuidar sozinha de bebês de quatro meses a um ano e ainda pensar no conteúdo pedagógico”, ponderou a educadora.

Após a fala do presidente do Simted alguns vereadores ocuparam a tribuna para pedir providencias em relação ao problema da falta de auxiliares. Entre eles, o vereador Alberto Alves dos Santos, o Bebeto (PL),  líder do Governo na Câmara acabou sendo vaiado pelos professores  ao defender que a administração municipal tem feito todos esforços para resolver a situação.

O vereador Elias Ishy (PT), que é presidente da Comissão de Educação,  questionou a falta de habilidade do Executivo Municipal em resolver o impasse e que gerou a paralisação dos professores. “O que temos presenciado é a total ausência de diálogo com a categoria”. Com isso, segundo ele, quem acaba ficando sem respostas é a própria sociedade.

Em determinado momento da sessão o clima ficou tenso , uma vez que as discordâncias retóricas entre Bebeto e Ishy ganharam tons mais acirrados, diante das divergências de posicionamento.

 

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