De olho: vandalismo revela ‘segredo’ e gera curiosidade no Fórum de Campo Grande
As pessoas que costumam caminhar entre a Rua da Paz e Rua 25 de Dezembro já se acostumaram com a presença da estátua da deusa da Justiça, Thêmis, localizada em frente ao Tribunal do Júri. O que poucos perceberam, é que um dos olhos da deusa não está mais vendado. De acordo com a assessoria […]
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As pessoas que costumam caminhar entre a Rua da Paz e Rua 25 de Dezembro já se acostumaram com a presença da estátua da deusa da Justiça, Thêmis, localizada em frente ao Tribunal do Júri. O que poucos perceberam, é que um dos olhos da deusa não está mais vendado.
De acordo com a assessoria do Fórum de Campo Grande, a “retirada” da venda não foi iniciativa do tribunal, apesar de não existir a confirmação, acredita-se que se trata de um ato de vandalismo, mas a possibilidade de ser uma obra do decorrer do tempo não é descartada, visto que a estátua foi esculpida há 18 anos, pelo artista plástico Cleir Avila.
A pequena modificação pode passar despercebida por muitos, mas o curioso é que existe um olho esculpido por baixo da venda. Olho que foi feito de forma proposital.
Cleir explica saber desde o início do trabalho que a obra deveria ser entregue com a venda, mas decidiu não abrir mão dos olhos.
“Quando eu aceitei o trabalho, já sabia que deveria ser entregue com a venda, como é a imagem correta, mas esculpindo o rosto eu decidi fazer os olhos, uma iniciativa minha, e então, posteriormente, coloquei a venda”.
Apesar de ter feito os olhos, uma espécie de liberdade artística, Cleir deixa claro que entregou o trabalho com a venda, como solicitado.
A venda que impende a visão da deusa Thêmis significa imparcialidade e ausência de preconceitos, algo necessário para que a justiça realize seu trabalho de forma correta, independe dos envolvidos.
Não parando por aí, toda a obra é carregada de significados, a balança que Thêmis segura com a mão esquerda simboliza o equilíbrio e a espada, simboliza o poder. Assim como a justiça deve ser, forte, equilibrada e imparcial.
A retirada da venda pode ser uma simples obra do acaso, mas pode ser visto como um sinal de protesto, questionando a imparcialidade exercida na justiça. Mas o que muitos não sabem é que Thêmis não tinha os olhos vendados originalemente.
No início, a deusa era representada como uma divindade de olhar austero. A venda só foi colocada na Thêmis no século XVI, por alemães, com o objetivo de representar a imparcialidade.
De forma proposital ou não, agora a deusa Thêmis localizada no Tribunal do Júri em Campo Grande, decidiu dar uma “espiadinha” no mundo e nas pessoas.
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