#CG121: Em tempos de pandemia, apego na fé é alívio para manter equilíbrio mental

A pandemia de coronavírus impôs necessidade de distanciamento social e, consequentemente, gerou medos, angústias e incertezas para muita gente em Campo Grande e no mundo todo. Em tempos difíceis como esse, os campo-grandenses se apegam na fé como alívio para manter a espiritualidade e esperança em dias melhores. As reuniões onde eram frequentes abraços e […]

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A pandemia de coronavírus impôs necessidade de distanciamento social e, consequentemente, gerou medos, angústias e incertezas para muita gente em Campo Grande e no mundo todo. Em tempos difíceis como esse, os campo-grandenses se apegam na fé como alívio para manter a espiritualidade e esperança em dias melhores.

As reuniões onde eram frequentes abraços e contato físico foram substituídas por “afagos” on-line. Fiéis tiveram que se adaptarem com rotina de apenas construir laços à distancia, virtualmente.

A sacerdotisa da Casa de Umbanda Mamãe Oxum, Nádia Arce da Silva, conta que os médiuns e guias sentem falta dos “passes” e trabalhos que realizavam e, como requerem contato, as atividades foram suspensas por tempo indeterminado.

#CG121: Em tempos de pandemia, apego na fé é alívio para manter equilíbrio mental
Antes da pandemia, salão da Casa de Umbanda Mamãe Oxum estava sempre cheio. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Estamos mantendo aproximação com o público com postagens nas redes sociais de esperança e fé, além de estar respondendo qualquer dúvida que apareça, porque a procura está sendo grande. Não é a mesma coisa que conversar com um guia, tomar um ‘passe’, mas as nossas mensagens de fé tem conseguido suprir esse abalo, por mais difícil que seja, sabemos que a espiritualidade nos ampara, que nunca vai nos abandonar e sempre terá Alguém que olha por nós”, disse.

A casa já realizou duas lives e teve alta procura para aqueles que buscavam proteção e palavras positivas. “Deu para matar a saudade da energia, dos nossos trabalhos. A forma de trabalho dos nosso guias espirituais acaba se tornando inviável, porque tem a necessidade do passe magnético, de fumar, de ter a bebida, mas agora temos que nos cuidar.”

Inovações dos ritos

Há 41 anos no Centro Espírita Casa do Caminho, Carmen Lúcia Bucker, diz que ver as casas fechadas trás um pouco de angústia, porém, manter contato virtualmente é uma forma de aliviar a tensão. Além disso, para ela, a pandemia ensina e fortalece o convívio com a família e Deus.

“A Casa começou a produzir conteúdo on-line, diante da nova realidade. Criamos um canal no Youtube, postagens das palestras semanais, nossos cursos e encontros que transcorrem através das plataformas de reuniões. Desta forma não nos distanciamos totalmente, apesar disto todos sentimos muita falta do convívio com nossos companheiros e irmãos de nossa Casa, mas temos a certeza de que tudo vai passar e ficará o aprendizado”, diz.

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Celebração feita ao pôr do sol em vídeo conferência. (Foto: Divulgação/Testemunhas de Jeová)

Outra mudança radical aconteceu com os Testemunhas de Jeová. A tradição de levar a palavra de porta em porta, foi mudada por ligações telefônicas e cartas. As reuniões estão sendo feitas por aplicativos de vídeo conferência.

“Nós sentimos muita falta do calor humano das reuniões presenciais, mas consideramos a saúde de extrema importância. A mensagem bíblica está sendo dada à distância, mas seu teor de importância continua o mesmo. Os idosos, por exemplo, passaram a lidar melhor com a tecnologia e está ajudando a passar por essa época com alegria”, disse Dener Antunes Ribeiro Mendes, representante de mídia e ancião da igreja em Campo Grande.

Outro ponto em que a tecnologia foi aliada à religiosidade foi na rapidez em passar mensagens de esperança e consolo. “Muitas pessoas têm sido receptivas as nossas ligações. Uma senhora estava com a mãe internada, e foi considerado com ela uma passagem da bíblia, que fala que do fim do sofrimento. Ela relatou que o texto trouxe conforto e paz num momento delicado”, contou.

Tradição de mais de 60 anos cancelada por pandemia

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Proscrição feita sem fiéis este ano. (Foto: Reprodução/ Facebook)

Neste ano, vários feriados e comemorações da Igreja Católica foram cancelados para evitar aglomeração, como o tradicional tapete de Corpus Christi, costume de mais de 63 anos do cristianismo no Brasil.

As celebrações foram alteradas, sem o tapete, crianças desenharam em papeis e os trabalhos foram divulgados na internet. As paróquias da cidade realizaram carretas com número reduzido, e os fiéis não acompanharam a proscrição, tiveram que assistir de frente de casa. Além de missas transmitidas pela internet.

As igrejas podem funcionar, conforme o decreto municipal, porém, com capacidade máxima de 40%, distanciamento de cadeiras, uso de máscara e sem aglomeração.

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