Campo Grande fecha agosto com pico de mortes diárias por coronavírus em MS
Com 11 mortes em apenas 24 horas, no dia 4 de agosto foi registrado o pico de mortes por coronavírus em um dia em Campo Grande. Enquanto isso, dados sobre Covid-19 mostram que o pico de mortes diárias em Mato Grosso do Sul foi registrado em julho: somente no dia 20 de julho, foram 24 […]
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Com 11 mortes em apenas 24 horas, no dia 4 de agosto foi registrado o pico de mortes por coronavírus em um dia em Campo Grande. Enquanto isso, dados sobre Covid-19 mostram que o pico de mortes diárias em Mato Grosso do Sul foi registrado em julho: somente no dia 20 de julho, foram 24 novas mortes registradas no estado.
Dados do portal da SES (Secretaria de Estado de Saúde) sobre o coronavírus mostram que, por mais que o pico de mortes tenha sido registrado em julho em MS, isso não quer dizer que foi o mês com mais mortes. Desde o início da pandemia, o mês que registrou mais mortes foi agosto: foram 475 novas mortes entre o dia 1º de agosto e o domingo (30), com uma média de 15,8 óbitos por dia. No mês de julho, foram 300 mortes registradas.
Se o pico de mortes diárias foi em julho, por que agosto é o mês líder em óbitos por coronavírus? A explicação é que o número de mortes variou durante os dias de julho em Mato Grosso do Sul. Nas primeiras semanas de julho, o número de mortes ficou entre quatro e dez mortes por dia. Os números só aumentaram nas últimas semanas do mês, quando chegou ao pico de 24 mortes no dia 20 de julho.
Já em agosto, na primeira semana não houve nenhum dia com menos de 10 mortes em Mato Grosso do Sul. O número de mortes diárias só começou a diminuir na semana passada. Confira quantas mortes e casos foram registrados por mês em Mato Grosso do Sul:
- Março: 1 morte, 48 casos
- Abril: 8 mortes, 207 casos
- Maio: 11 mortes, 1.234 casos
- Junho: 56 mortes, 6.476 casos
- Julho: 300 mortes, 16.971 casos
- Agosto: 475 mortes, 23.586 casos
Já dos dados sobre Campo Grande mostram que o pico de mortes diárias foi no dia 4 de agosto: foram 11 novas mortes na Capital em 24 horas. Porém, os dias 22 e 28 de julho também haviam registrado 11 mortes em 24 horas, conforme dados da SES.
Somente no mês de agosto, Campo Grande já registrou 216 novas mortes por coronavírus. Agosto é o mês com mais óbitos até então, sendo que julho registrou 121 mortes por Covid-19 na Capital. Em junho, Campo Grande registrou apenas uma morte, enquanto que foram cinco mortes em maio e duas mortes em abril.
Coronavírus em MS
Mato Grosso do Sul chegou ao número de 851 mortes por coronavírus no domingo (30). Os casos confirmados de pessoas infectadas pelo vírus somam 48.522 casos.
De acordo com o secretário de Saúde, Geraldo Resende a taxa de letalidade subiu para 1,8% e está superior ao registrado na maioria dos Estados. Em algumas cidades de Mato Grosso do Sul como Corumbá e Aquidauana, a SES trabalha para reduzir a taxa de letalidade, que estaria superior a média estadual.
MS tem curva de transmissão ‘atrasada’
Mato Grosso do Sul tem uma curva de transmissão atrasada em comparação a outros estados do Brasil e ainda não chegou no chamado ‘platô’, portanto o cenário da pandemia ainda é incerto por aqui. Com uma taxa de transmissão em 1,09, de acordo com a plataforma Covid-19 Analytics, Mato Grosso do Sul é o terceiro estado com o maior índice – fica atrás apenas do Rio de Janeiro e do Tocantins. A taxa de transmissão é importante para revelar para quantas pessoas um paciente infectado transmite o vírus.
O infectologista Júlio Croda, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), explica que o número de casos e mortes de coronavírus está estável no Estado, mas ainda não há sinais de que a doença foi controlada. “O que podemos falar de MS é que está em estabilização, mas sem sinal de controle da doença. Não registramos queda na média móvel e não temos taxa de contágio abaixo de 1. Por isso, não temos indicadores que demonstrem que a gente atingiu o controle”, afirma.
Mato Grosso do Sul tem uma ‘curva atrasada’ da pandemia, já que os casos começaram a reproduzir tardiamente, em comparação a outros estados. “No sul, como Paraná e Santa Catarina, já temos uma tendência de queda. Mato Grosso do Sul é um estado atrasado em relação à curva epidemiológica”.
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