Bloqueio da Estrada Bioceânica deixa 250 caminhões parados na fronteira entre a Bolívia e MS

Protesto em Puerto Suárez exigindo estruturação de hospital chegou ao 4º dia; veículos de carga não conseguem seguir viagem.

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O quarto dia de protestos que bloqueiam o fluxo de caminhões na Estrada Bioceânica, em Puerto Suárez, cidade boliviana na fronteira com Corumbá –a 419 km de Campo Grande–, registrou neste sábado (11) fila com mais de 250 veículos que tentam seguir viagem. A manifestação visa a chamar a atenção do Governo da Bolívia para a situação da Saúde na região.

Entre os veículos, conforme o Diário Corumbaense, há aqueles com cargas e outros esperando para serem carregados. Outros veículos estão em Corumbá, no pátio de transportadores, aguardando condições de seguirem viagem. A fronteira entre Brasil e Bolívia está fechada por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), porém, o transporte de cargas segue liberado a fim de evitar desabastecimento.

Os caminhões estão parados no ponto de bloqueio até que haja uma posição sobre investimentos no Hospital San Juan de Dios, em Puerto Suárez, referência para a província de German Busch mas que, desde sua inauguração há 10 anos, aguarda equipamentos para funcionar adequadamente. A situação se agravou por conta da pandemia.

Sem os serviços na unidade, os bolivianos só podem contar com auxílio em Santa Cruz de la Sierra, a mais de 600 km. Antes a população das cidades na fronteira se valiam dos serviços prestados em Corumbá, inacessíveis com o fechamento das fronteiras –ainda assim, muitos bolivianos se arriscam na travessia ilegal em busca de auxílio do lado brasileiro.

Humberto Miglino Rau, presidente do comitê cívico de Puerto Suárez, confirmou que houve uma reunião com o vice-ministro da Saúde da Bolívia na noite de sexta-feira (10) para tratar do tema. Na noite deste sábado, uma nova rodada de negociações deve ser realizada.

“Mesmo com o contato nacional do setor de Saúde, ainda não temos nenhuma posição. Por isso, mantemos o bloqueio por tempo indeterminado”, disse Humberto.

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