Alerta: 93% dos leitos de UTI do SUS na região de Campo Grande estão ocupados
Percentual envolve apenas hospitais que integram a rede pública; com leitos contratados, pressão do coronavírus diminui, mas preocupa a SES.
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Boletins elaborados pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) e Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) apontam que a taxa de ocupação de leitos de UTI oferecidos pelo SUS à população chegou a 93% na manhã desta quarta-feira (22).
O índice é um ponto percentual abaixo do que a SES apurou até a noite anterior e eleva a preocupação no tratamento de pacientes com o novo coronavírus (Covid-19) que venham a depender de terapia intensiva.
As informações mais recentes foram apresentadas pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD), em live nesta quarta, mas abrangendo um cenário no qual 42 leitos contratados pelo município também são somados –o acréscimo de vagas permite o abrandamento da situação, baixando a taxa de ocupação a 83%, ainda assim elevada.
O censo hospitalar da Sesau, finalizado às 10h, apontava que, em 218 leitos SUS existentes em Campo Grande, 202 eram usados por pacientes (taxa de ocupação de 93%) e 12 estavam livres.
A ocupação é proporcionalmente igual em 3 dos 4 principais hospitais públicos da cidade: o Hospital Regional Rosa Pedrossian (87 leitos disponíveis e 81 ocupados), Santa Casa (87 vagas, 81 ocupadas) e Hospital de Câncer Alfredo Abrão (28 leitos, 26 livres). No Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da UFMS), das 16 UTIs existentes, 14 estão ocupadas.
A “folga” melhora quando a rede privada é inserida na conta, envolvendo hospitais que tiveram diárias de UTI contratadas pela Saúde Pública. Das 10 vagas na Clínica Campo Grande, 2 estão ocupadas (taxa de 20%, a menor da cidade). No Proncor, são 20 leitos, dos quais 5 estão em uso (25% de ocupação).
No El Kadri, dos 7 leitos de UTI contratados, 3 já estão em uso (43%). E recém-contratado pela Prefeitura de Campo Grande, o Hospital do Pênfigo tem as 5 UTIs fornecidas ocupadas (100% de ocupação).
O acréscimo da rede privada faz o total de leitos de UTI chegar a 260 em Campo Grande, com 217 deles ocupados (43 seguem livres, resultando na taxa de ocupação de 83%).
Secretário destaca alta ocupação de leitos de UTI e critica furões do toque de recolher
Os leitos são usados por todos os pacientes que dependem de terapia intensiva. Pela manhã, o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, chamou a atenção para a alta taxa de leitos públicos utilizados no Estado (58% do total), que fica ainda mais elevada em Campo Grande.
Conforme a SES, dos que finalizou o acompanhamento de leitos na noite de terça-feira (21) e constatou taxa de ocupação de 94%, 34% das vagas de UTI são usadas por pacientes de coronavírus e 10% por casos suspeitos. Os 50% restantes são de pacientes com outros problemas de Saúde, o que chamou a atenção do titular da pasta.
“Metade dos leitos é usado por pacientes com outros agravos, principalmente vindos de acidentes automobilísticos, politraumas. O que significa que muitos, apesar dos decretos dos prefeitos e prefeituras, está levando a vida normalmente, sem cumprir o toque de recolher, frequentando bares e botecos e enchendo a caraminhola de cachaça e, muitas vezes, sendo levados a acidentes e a ocupar leitos que deveriam ser para outros pacientes”.
Geraldo reiterou que a taxa de ocupação segue alta, mesmo com o acréscimo de leitos hospitalares em Campo Grande nos últimos dias. “E isso é muito preocupante”.
O boletim da SES sobre o coronavírus em Mato Grosso do Sul apontou 18.889 casos positivos nesta quarta-feira, com 366 pacientes internados pelo Estado –195 em leitos clínicos (132 da rede pública e 60 da privada) e 177 de UTI (119 na pública e 58 privados). Campo Grande concentra 7.348 dos infectados no EStado desde o início da pandemia.
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