Vítimas denunciam casamento de luxo de dono da Minerworld que está com bens bloqueados
Lista de presentes com produtos caros, cotas em viagens na Europa e casamento em um buffet sofisticado em Indianápolis, no Estado de São Paulo, e dezenas de padrinhos. Assim será o luxuoso casamento de Cícero Saad Cruz, o diretor da Minerworld, que é réu em ação que investiga a existência de pirâmide financeira na mineradora […]
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Lista de presentes com produtos caros, cotas em viagens na Europa e casamento em um buffet sofisticado em Indianápolis, no Estado de São Paulo, e dezenas de padrinhos. Assim será o luxuoso casamento de Cícero Saad Cruz, o diretor da Minerworld, que é réu em ação que investiga a existência de pirâmide financeira na mineradora de Bitcoins.
Marcado para o dia 22 de junho, o casamento será com a corretora de imóveis Yslanda Maria Alves Barros, com quem Cícero mantém relacionamento há alguns anos. O vazamento de informações sobre o casamento levanta questionamento sobre de onde surgiu dinheiro para custear um casamento de luxo.
Isso porque, de acordo com o bloqueio de bens ordenado na ação que corre na 2ª Vara de Direitos Difusos Individuais e Coletivos Homogêneos de Campo Grande, no nome do Saad consta apenas uma moto Honda CG 125, cujo preço é estimado em R$ 4 mil.
Em janeiro, após a primeira audiência da ação, na qual Saad compareceu, o advogado do líder da Minerworld, Rafael Echeverria, afirmou à reportagem que Saad estaria dependendo de ajuda financeira da família. “[Ele está] sem nenhuma receita, nada está entrando. Essa é a realidade. Quem tem dado suporte financeiro é a família”, declarou ao Jornal Midiamax.
Revolta em ex-investidores
Com uma conta que obviamente não fecha, a revolta de investidores voltou a movimentar as redes sociais, principalmente os grupos de WhatsApp nos quais há meses aguardam-se novas informações sobre o andamento do processo, e cerca de um ano após a deflagração da Operação Lucro Fácil, que colocou a Minerworld, Cícero Saad, Johnnes Carvalho e demais envolvidos na posição de réus.
Rapidamente, imagens do convite do casamento, informações sobre o custo do buffet e a luxuosa lista de presentes, assim como fotos de Saad e Yslanda na Europa, começaram a circular. Viralizaram, por assim dizer. A informação de um casamento cheio de pompas para quem tem apenas uma moto – bloqueada – de R$ 4 mil em seu nome gerou indignação.
E desconfianças. Alguns ex-investidores, inclusive que são réus da ação e que integrava o chamado G10, grupo de elite de investidores, sugeriram que Yslanda também seria uma ‘laranja’ do noivo, assim como o MPMS (Ministério Público Estadual) alega sobre Mirna Saad – mãe de Cícero -, arrolada como ré na ação.
A propósito, Mirna Saad tentou reverter a decisão judicial de bloqueio de um veículo de luxo após ser incluída na ação. De acordo com o MPMS, um Porsche Cayenne V6 avaliado em R$ 280 mil, no nome de Mirna, seria incompatível com as posses da aposentada, o que contribui para a suspeita de que Saad utilizasse o nome da mãe para ocultar bens.
Porém, em junho de 2018, a empresa 7 Reis Participações e Empreendimentos Eireli entrou com embargos de terceiro com pedido de liminar, alegando que teria comprado o Porsche de Mirna Saad pelo valor de R$ 220 mil, justamente quando Mirna foi arrolada como ré e teve bens bloqueados. O depósito do valor de venda, a propósito, teria sido feito na conta de Yslanda Maria Alves Barros.
O MPMS considerou que houve simulação de negócio jurídico e contribuiu para isso o fato do depósito de pagamento ter sido feito na conta bancária de Yslanda – que até então não havia sido citada na ação. Em acórdão publicado em março deste ano, os juízes da 3ª Câmara Cível do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) rejeitaram o pedido de desbloqueio do veículo.
A reportagem buscou contato com Yslanda Barros por celular e no telefone fixo de sua corretora de imóveis para questionar como o casamento será pago, mas as ligações não foram atendidas. O Jornal Midiamax também buscou contato com Cícero Saad por celular, e o telefone estava fora de área. Por fim, a reportagem buscou contato com o advogado de Saad, Rafael Echeverria, mas as ligações também não foram atendidas.
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