Após ampla divulgação nas redes sociais, manifestantes conseguiram realizar o ‘abração' no lado do Parque das Nações – mesmo sem dar a volta completa nos cerca de 1.500 m da margem – a fim de simbolizar a preocupação dos frequentadores com a conservação do espaço, considerado o principal cartão-postal de .

Segundo a organização, ao menos 600 pessoas compareceram ao local especificamente para o ato, após a campanha ganhar as redes sociais. Mas, várias outras pessoas, que estavam no local, uniram as mãos e para formar um cordão humano nas margens do lago assoreado. Apesar do ‘abração' não ter fechado completamente, uma contagem regressiva marcou o momento e foi finalizado com salva de palmas.

VÍDEO: Grupo faz 'Abração' no lago do Parque das Nações e cobra providências contra descaso
Alfredo comemorou resultado da articulação, mas avisou que ações continuam (Foto: Gabriel Torres | Midiamax)

Um dos idealizadores da manifestação, o aposentado Alfredo Sulzer, de 71 anos, destacou que o evento deste domingo não finaliza a movimentação em defesa do Parque das Nações. “Nosso objetivo é continuar alertando e cobrando autoridades sobre as condições do Parque, que a gente não aceita. Há vários problemas aqui, o é apenas um deles”, conta Sulzer.

Segundo ele, outro objetivo é que o movimento em defesa do espaço seja ‘copiado' por moradores e frequentadores de outras regiões da cidade, nas quais equipamento públicos também sofrem com descaso.

“Não é só aqui. O Parque Sóter, o Lago do Amor… Há vários espaços da cidade que estão abandonados. E, juntos, conseguimos mostrar nossa insatisfação e cobrar providências. É com esse gesto que a população vai agir e não aceitar isso. Se a gente não cuidar, o Parque vai morrer”, pontua.

Outro integrante do movimento, o aposentado, Roberto Stoll, de 76 anos, também destacou o envolvimento da população. “É um ato de cidadania fazer esses atos para chamar atenção do poder público. E enquanto não houver uma primeira solução, vamos fazer novas ações”, destaca. “Temos que ter disciplina, por regras em ação, para cobrar das autoridades”, conclui.

Providências

Após os atos em defesa do Parque das Nações sair do boca a boca e ganhar as redes,  Governo do Estado e a Prefeitura Municipal anunciaram que vão definir o cronograma de obras de desassoreamento dos lagos do Parque das Nações Indígenas.

“O problema do assoreamento [tanto do lago principal quanto do lago de contenção, que foi construído exatamente para barrar os sedimentos] vem ocorrendo desde que o parque foi criado na década de 90. Retirar os sedimentos é o trabalho mais fácil de ser executado, mas isso não resolve. O Governo tem consciência de que é preciso resolver definitivamente o problema da erosão, portanto já temos estudos, projetos e as ações necessárias. Com as chuvas menos frequentes é possível iniciar as obras”, disse o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.

VÍDEO: Grupo faz 'Abração' no lago do Parque das Nações e cobra providências contra descaso
(Foto: Marcos Ermínio | Midiamax)

Segundo ele, uma das principais intervenções acontecerá no córrego Reveillon, que atravessa os altos da avenida Mato Grosso e adentra o Parque das Nações Indígenas. As obras neste local serão realizadas pela Prefeitura, avançaram bastante no ano passado, mas ainda não foram concluídas. Uma bacia de contenção será aberta acima da nascente do córrego para impedir que os sedimentos continuem descendo livremente por seu leito em direção ao interior do parque.

Já dentro das matas do Parque Estadual do Prosa, uma importante obra será executada pelo Governo do Estado para recuperar as margens do córrego Joaquim Português, que se encontra com o Desbarrancado no interior da Unidade de Conservação para formar o córrego Prosa. Os detalhes dessas obras – investimentos necessários e prazos para conclusão – serão apresentados e discutidos.