Pais e professores protestam contra cortes de profissionais para alunos especiais
Pais e professores protestaram na tarde desta terça-feira (16), em frente ao prédio do MPMS (Ministério Público Estadual), em Campo Grande, contra o corte de profissionais que atuam como APE (Auxiliar Educacional Especializado) em escolas municipais. A notícia do desligamento pegou os professores de surpresa. “Antes das férias assinamos o contrato para retornarmos no dia […]
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Pais e professores protestaram na tarde desta terça-feira (16), em frente ao prédio do MPMS (Ministério Público Estadual), em Campo Grande, contra o corte de profissionais que atuam como APE (Auxiliar Educacional Especializado) em escolas municipais.
A notícia do desligamento pegou os professores de surpresa. “Antes das férias assinamos o contrato para retornarmos no dia 17 de julho, mas a coordenadora entrou em contato conosco via WhatsApp para avisar que estávamos dispensados”, lamenta uma docente. Ainda conforme os professores, o corte, além de prejudicar o crescimento pedagógico dos alunos, de certa forma, destrói o sonho de quem foi desligado da Reme.
“É muito difícil, pois começamos com o estágio, estudamos, nos especializamos para atender às crianças, fizemos pós-graduação, e o corte, além de destruir nosso sonho, atrapalha no aprendizado do aluno”, reclama a APE Joyce Garcia Campos, de 35 anos.
Atualmente, 820 APEs atuam na Reme (Rede Municipal de Ensino). São mais de 2,5 mil alunos atendidos por profissionais APE, cada um atende 6 alunos, e de acordo com os professores, até sexta-feira (19), 342 serão dispensados.
Mães preocupadas
Janaína Freitas é mãe de um menino autista de 11 anos. Ela acredita que sem o auxílio de um APE, o filho irá regredir pedagogicamente.
“Sem o profissional, com certeza meu filho vai regredir. Antes do APE, ele ia para a casa com o caderno branco e só tirava nota zero, o rendimento dele era baixíssimo. Após o acompanhamento deste profissional ele passou a ter notas boas, evoluiu muito no aprendizado pedagógico e só tem crescido.”
Elenice Duarte, mãe de um garoto autista de 9 anos, lembra que em 2017 fizeram essa ruptura no meio do ano. “Foi extremamente prejudicial ao meu filho, pois existe um período para estabelecer um vínculo e essa ruptura prejudicará o rendimento das crianças”, aponta.
Conforme os pais, os APEs serão substituídos por outros profissionais, porém, sem especialização. “A gente não precisa de babá, respeito muito o pessoal do Ensino Médio, mas sei que os APEs são capazes de garantir aos meus netos, um futuro melhor”, afirmou Solange Viana, de 62 anos, avó de dois netos autistas.
No MPMS, os professores tentaram se reunir com um promotor de justiça, mas o profissional que atenderia os docentes está em audiência. Os manifestantes seguiram até o prédio da Prefeitura, e informaram que se for necessário, entrarão com mandado de segurança.
Por nota, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que as mudanças são de caráter técnico-administrativos e poderiam ser feitas em qualquer órgão público.
Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, haverá o desligamento de alguns profissionais, mas os alunos não ficarão sem assistência. “Pois continuarão recebendo atendimento especializado por meio de profissionais capacitados pela Equipe Técnica da Divisão Especial/DEE/Semed.”
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