A empresa nega ter sido a primeira acionada para prestar socorro ao coletor de lixo Mauricio dos Santos Ortega, 39 anos, que veio a óbito nesta quarta-feira (10), após um acidente de trabalho no sábado (6).

Colegas de trabalho de Mauricio, afirmaram na manhã desta quinta-feira (11), que a empresa tem uma norma interna em que exige ser a primeira acionada em qualquer acidente de trabalho, e isso teria ocasionado a demora no socorro do coletor acidentado.

Ao Jornal Midiamax, a empresa informou que em casos de acidentes mais graves, são acionados diretamente o Corpo de Bombeiros ou o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel à Urgência) e depois feita a comunicação ao técnico de segurança da empresa, como teria ocorrido no acidente com o Mauricio.

Em nota a empresa afirmou que as declarações dos profissionais ao Jornal Midiamax não condizem com a realidade dos fatos, e quando o técnico de segurança da Solurb chegou ao local do acidente no último sábado, o Corpo de Bombeiros já estava realizando o atendimento ao colaborador.

Sobre as causas do acidente, a Solurb informou que estão sendo realizadas as investigações necessárias para o esclarecimento dos fatos, mas de qualquer forma em nenhum relato dos presentes consta que o coletor Mauricio do Santos Ortega estava com a luva oleosa.

Demora no socorro

Amigos, familiares e colegas de profissão do coletor de lixo Maurício dos Santos Ortega, de 39 anos, afirmaram, uma norma da empresa CG Solurb, fez com que a vítima demorasse a receber atendimento médico.

Segundo eles, a suposta norma interna determinaria que sempre que houver um acidente no momento do trabalho, antes de acionar o socorro eles devem chamar a empresa, para que um técnico de segurança do trabalho vá ao local.

“Ele demorou uns 40 minutos para chegar e quando chegou, ao invés de acionar logo o socorro, ficou querendo fazer teste do bafômetro em todo mundo, porque eles acham que a gente bebe durante o trabalho. Um absurdo isso, o rapaz ali sangrando e ele preocupado de tinha alguém bêbado”, afirmou o catador.

A informação foi confirmada por vários outros catadores que estavam no local. Segundo eles, em todos os casos de acidente a empresa deve ser acionada sempre antes do socorro. “Sempre tem acidente com catador e a empresa nunca dá assistência, só quer achar defeito na gente”, contou outro trabalhador, que também não quis ser identificado.

Conforme o funcionário que estava com Maurício no momento do fato, a queda foi acidental. “Ele pegou uma sacola que estava oleosa e como a nossa luva é lisa, não tem antiaderente, ele acabou escorregando quando foi subir e bateu a cabeça no chão”.

O colega garantiu que na hora do acidente, o caminhão não estava em alta velocidade, porque fazia uma curva. “Ele estava a uns 10 km/hora, porque tinha acabado de dar ré para fazer a curva”, contou o rapaz.