Sem volta: 4 km de estacionamento serão fechados na Bandeirantes, diz Agetran
A criação do corredor de transporte coletivo na avenida Bandeirantes vai extinguir os estacionamentos do lado esquerdo da via, e em pelo menos outros sete trechos também serão fechados no lado direito. A confirmação veio durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Campo Grande, nesta tarde de quinta-feira (27). De acordo com a diretora-adjunta […]
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A criação do corredor de transporte coletivo na avenida Bandeirantes vai extinguir os estacionamentos do lado esquerdo da via, e em pelo menos outros sete trechos também serão fechados no lado direito. A confirmação veio durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Campo Grande, nesta tarde de quinta-feira (27).
De acordo com a diretora-adjunta da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Andrea Figueiredo, o corredor exclusivo para os ônibus ficará em toda a extensão da avenida, que tem aproximadamente 4 km.
Os sete trechos que ficarão sem vagas também na direita são onde serão construídos, na esquerda, os pontos de transbordo – serão criados ali uma espécie de passarelas. A situação se repetirá na rua Brilhante, onde ficará o corredor de sentido contrário.
“Campo Grande está muito atrasada com relação as outras cidades, como Curitiba, Maringá, Londrina [ambos no Paraná]. Em Cuiabá (MT) esses corredores já estão em construção. Eu acredito que o novo é visto com estranheza sempre, mas essa reforma vai trazer muitas melhorias para a população”, comenta Andrea.
Já o chefe da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Rudi Fiorese, detalhe que, apesar do pedido dos comerciantes para mudar o projeto, isso não ocorrerá pois ele já foi aprovado pela Caixa Econômica e Ministério das Cidades.
“Não tem como realizar outra obra, porque a obra aprovada é de mobilidade. E as obras já começaram e estão em plena atividade. As pessoas as vezes não entendem que não é um simples recapeamento. Essa obra depende de verba federal específica para mobilidade urbana. Se não fizer o projeto de mobilidade, não tem reforma”, explica Rudi.
O secretário ainda acrescenta que muitas devem ser beneficiadas pela criação do corredor, já que cerca de 35 mil pessoas passam pelas vias do corredor sudoeste todos os dias, usando o transporte coletivo. “O projeto vai privilegiar esses usuários”.
Comerciantes e vereador veem 6 mil empregos em risco
Mesmo diante dos benefícios apontados para o transporte coletivo, comerciantes e o vereador André Salineiro (PSDB), que foi quem propôs a audiência pública, temem pela queda das vendas na avenida e que cerca de 6 mil empregos diretos sejam colocados em risco com a redução da demanda comercial.
“São 650 CNPJs ali. Quando recebemos o projeto e vimos o corredor de ônibus, pedimos mudanças. Isso foi em meados de abril. Conversamos com o prefeito e ele nos prometeu que pediria a mudança em Brasília (DF), mas não houve liberação”, conta um dos representantes dos comerciantes, Eduardo Dellini.
Ele ainda frisa que várias famílias dependem do comércio na avenida como sustento, em diferentes ramos de atividade. “A obra vai matar o comércio em cadeia e vai atingir outros setores também”, afirma, se referindo também as revendas de veículos.
Já Salineiro destacou os 6 mil empregos diretos e 24 mil indiretos que, segundo ele, são criados pelo comércio na avenida e estão em risco. “Não há dúvida que essa avenida precisa ser revitalizada, mas o corredor ali vai matar o comércio”, diz, completando.
“Se é para melhorar a mobilidade, por que não melhora os ônibus do transporte coletivo primeiro?”, questionou o vereador, relatando ainda que os prejuízos na Bandeirantes podem ser semelhantes ao do Reviva Centro, com as obras na rua 14 de Julho.
De maneira mais incisiva, o comerciante Oberdan Lima também fez críticas às obras na avenida, que segundo ele, é a terceira maior da Capital em número de comércio ativos. “A Bandeirantes é a avenida do carro, é uma via comercial. As pessoas vão até lá para fechar negócios, não é um corredor de mobilidade urbana”.
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