Uma nova resolução da (Secretaria Municipal de Saúde) publicada nesta terça-feira (26) determina que pacientes que derem entradas em UPA (Unidades de Pronto Atendimento) e CRS (Centros Regionais de Saúde) e que receberem a classificação “azul”, ou seja, sem risco de morte, deverão ser encaminhados para atendimento na Atenção Básica.

Na prática, a resolução da Sesau estipula que, a partir de agora, pacientes com menor gravidade poderão ser encaminhados às UBS (Unidade Básica de Saúde) ou UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família), preferencialmente à que atende a região onde o paciente é domiciliado, ou a mais próxima.

“O paciente pode recusar o encaminhamento e pedir para ser atendido na UPA, o que vai acontecer, mas sem atendimento prioritário, devido a não haver risco de morte na classificação de risco Azul. No entanto, ele é alertado de que o atendimento pode ser mais rápido na UBS, além de ter o benefício de ter o caso com acompanhamento . A própria UPA ou CRS também fica responsável por fazer esse encaminhamento”, destacou a Sesau ao Jornal Midiamax.

A resolução prevê que, caso a UBS (ou UBSF) da região não possa acolher o paciente, o atendimento deverá ser realizado na unidade de atenção básica acoplada à UPA ou CRS onde ocorreu a triagem.

Segundo a nota técnica que orienta a resolução, o encaminhamento ocorrerá por marcação em vaga reservada no sistema de informação, quando disponível, ou mediante contato telefônico com unidade. O encaminhamento ocorrerá da abertura da unidade de destino, até duas horas antes do fechamento da unidade acoplada – após isso, o encaminhamento poderá ser realizado nas UPA e CRS.

Menor tempo de espera

Pacientes com risco 'azul' deixarão de ser atendidos nas UPA e CRS
Desde 2009, protocolo de classificação de risco já permitia pacientes “azuis” serem atendidos na Atenção Básica (Reprodução | Sesau)

A medida deve contribuir para dar agilidade aos atendimentos médicos para pacientes “não urgentes”, além de desafogar as UPA e CRS, frequentemente lotadas. Lá, pacientes que recebem a classificação “azul” reclamam pela longas horas para receberem atendimento, que pode demorar até três horas. De acordo com a Sesau, 80% dos pacientes atendidos no serviço de urgência são classificados como azul ou verde, ou seja, de menor gravidade.

A estratégia também atende o que foi estipulado no “Protocolo de Classificação de Risco nos Centros Regionais de Saúde e Unidades de Pronto Atendimento da Rede Municipal de Saúde”, que desde 2009 considera que pacientes sem risco de vida podem ser atendidos no nível primário de atenção, ou seja, na Rede de Atenção Básica.

Aumento da demanda

Com a resolução, as UBS foram orientadas a organizar agenda médica considerando aumento da demanda e prevendo, também, pequena margem de segurança (30%) de agendamento para recuperação de dias atípicos e retornos.

Com isso, o atendimento em horário estendido – adotado por mais de 30 UBS de , atualmente – passa a ser essencial para viabilizar o atendimento da totalidade dos encaminhamentos e, assim, facilitar o atendimento de pacientes.

Em caso de funcionários que faltem ou em que haja aumento fora do comum na demanda, as UBS também poderão solicitar à Sesau a reorganização pontual e emergencial de profissionais de saúde, desde que em tempo hábil.

Assim, caso ainda haja muitos pacientes para receberem atendimento no fim do horário de funcionamento da UBS, a Coordenadoria de Urgência da Sesau se prontificará a enviar profissional clínico para realizar atendimento até encerramento da demanda.

*Matéria alterada às 13h11 para acréscimo de informações.