Programa Federal acolhe mais de 100 venezuelanos em Campo Grande

Cerca de 112 venezuelanos desembarcaram em Campo Grande na manhã desta quarta-feira (30). Eles estavam em Boa Vista (RR) e vieram à Capital através da Operação Acolhida, do Ministério da Defesa, com apoio das Forças Armadas. De acordo com o Ministério da Defesa, os imigrantes estão sendo interiorizados nas 04 modalidades previstas: Reunificação Familiar, Reunião […]

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Minamar Júnior
Minamar Júnior

Cerca de 112 venezuelanos desembarcaram em Campo Grande na manhã desta quarta-feira (30). Eles estavam em Boa Vista (RR) e vieram à Capital através da Operação Acolhida, do Ministério da Defesa, com apoio das Forças Armadas.

De acordo com o Ministério da Defesa, os imigrantes estão sendo interiorizados nas 04 modalidades previstas: Reunificação Familiar, Reunião Social, Possibilidade de Vaga de Emprego e Institucional (abrigo-abrigo). Eles foram recebidos no prédio da Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária) e recepcionados por integrantes da Cruz Vermelha de Mato Grosso do Sul, que, pela primeira vez, participam do processo de humanização dos venezuelanos.

As equipes deram apoio aos venezuelanos e através de parceria com a Seleta, disponibilizaram um espaço para os imigrantes descansarem, espaço para banho, água e comida. Eles devem passar a noite no local e, somente na quinta-feira (31), serão encaminhados a outras cidades, concluindo o processo de interiorização, parte integrante da Operação Acolhida.

De acordo com o presidente da Cruz Vermelha de Mato Grosso do Sul, Tácito Nogueira, dos 112 venezuelanos que desembarcaram em Campo Grande, 16 serão levados a Dourados, os demais seguirão para Santa Catarina, Curitiba, Cuiabá e outras cidades.

Nogueira afirma que alguns imigrantes já têm familiares no Brasil e vieram reencontrá-los, outros já saíram da Venezuela com emprego garantido aqui. “Todos já estão vacinados, com a documentação regular e prontos para o mercado de trabalho”, disse.

O presidente de Cruz Vermelha falou também sobre a importância de ações como a Operação Acolhida. “É uma questão de humanização, muitos saíram de lá só com a roupa do corpo, com bagagem cedida pela ONU [Organização das Nações Unidas], cansados, e aqui eles têm a oportunidade de fazer uma boa refeição, tomar banho, coisas que há tempos não têm”, afirmou.

Operação Acolhida

Os venezuelanos foram transportado por meio de contrato de fretamento com a empresa aérea Sideral, na manhã da quarta-feira (30). Além de Campo Grande e Dourados, outros venezuelanos também serão interiorizados para mais sete destinos a partir de Campo Grande, recorrendo ao acordo de cooperação com as empresas aéreas Latam, Azul e Gol.

Esta é a segunda fase da Operação Acolhida, na qual houve o fretamento de aeronave. A operação visa aumentar o número de interiorizações de venezuelanos para as diversas cidades do Brasil. Até hoje, já foram realizadas mais de 21.000 interiorizações.

Ainda segundo o Ministério da Defesa, a operação é desempenhada pelas Forças Armadas brasileiras desde março do ano passado, nas cidades de Boa Vista e de Pacaraima. O foco da ação é a recepção, identificação e o acolhimento de venezuelanos.

Vida nova

O professor de artes visuais Marcel Fuenmayor, de 35 anos, é um dos imigrantes que deixaram a cidade onde morava, no caso dele, Caracas, capital da Venezuela, em busca de uma nova oportunidade.

Programa Federal acolhe mais de 100 venezuelanos em Campo Grande
Marcel Fuenmayor veio de Caracas e irá trabalhar em Curitiba (Foto: Minamar Júnior, Midiamax).

De acordo com Fuenmayor, a crise em que o país se encontra acabou refletindo, inclusive, no salário dos professores. “Eu alugava uma casa lá e a situação chegou a tal ponto que o meu salário não era suficiente para arcar com as minhas necessidades básicas. O que eu ganhava como professor estava abaixo do suficiente para sobreviver”, conta.

O venezuelano está no Brasil há dois anos. A primeira cidade que ele visitou após sair de sua cidade natal foi Boa Vista, lá, conforme Fuenmayor, o único emprego que conseguiu arrumar foi de ajudante de pedreiro. Com emprego garantido em Curitiba (PR), o venezuelano aproveitou a carona da Operação Acolhida e espera começar uma nova vida.

Imigrantes em situação de rua

É comum encontrar nos semáforos da Capital, imigrantes com cartazes afirmando terem vindo da Venezuela, e que estão enfrentando dificuldades. Nesses casos, conforme o presidente da Cruz Vermelha de Mato Grosso do Sul, o correto é que a pessoa procure a Defensoria Pública.

“Na segunda-feira (4) haverá um comitê com a participação não só da Cruz Vermelha, mas também da Polícia Federal e Defensoria Pública. Esses imigrantes, tanto venezuelanos, quanto haitianos e de outros países, devem procurar a Defensoria para verificar em que situação se encontra sua documentação. Lá eles receberão toda orientação necessária para sair dessa situação”.

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Minamar Júnior, Midiamax

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul fica na Rua Dom Aquino, 2350, Centro. O telefone para contato é o (67) 3317-4392.

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